São Paulo – A economia do Kuwait deve crescer mais de 8% neste ano apoiada pelo aumento da produção de petróleo no país, os preços elevados do produto e a melhora sustentada da demanda interna. O Kuwait é um forte produtor de petróleo. A informação foi divulgada em relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta quinta-feira (22) após visita de missão do organismo ao país, que ocorreu entre os dias 11 e 18 de dezembro e foi liderada pelo economista Yasser Abdih.
Após conversas com autoridades locais, Abdih disse em seu relatório que a recuperação econômica do Kuwait continua, após a pandemia de covid-19. Segundo ele, os fortes esforços de vacinação e as respostas rápidas e decisivas do governo à crise da covid permitiram o relaxamento de todas as restrições de distanciamento social e apoiaram a recuperação econômica local.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Kuwait deve crescer mais expressivamente este ano, após alta de 1,3% em 2021 e queda de 8,9% em 2020. Em 2023, o avanço da economia deve ser moderado, refletindo a desaceleração da demanda internacional e cortes de produção de petróleo, conforme acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) +, da qual o Kuwait faz parte.
Abdih afirma que o país conteve a inflação com aperto monetário e repasse limitado dos aumentos globais nos preços dos alimentos e da energia, fazendo uso de preços administrados e de subsídios. “Com cotações e produção de petróleo mais altos, os superávits fiscais e de conta corrente do país aumentaram significativamente sobre o ano passado”, consta no relatório.
De acordo com o FMI, o Kuwait tem fortes reservas bancárias, além de supervisão prudente e monitoramento ativo dos riscos por parte do Banco Central, o que fez com que o sistema financeiro resistisse bem aos choques mundiais. As autoridades do país também seguem implementando medidas para melhorar a arrecadação e a eficiência dos gastos, promover a transformação digital, a tecnologia financeira e os investimentos em energia verde.
O economista do FMI afirma no relatório, porém, que as perspectivas estão sujeitas a incertezas e riscos em função do ambiente internacional, com possíveis impactos do aperto da política monetária nas economias avançadas e desaceleração da atividade econômica global. Volatilidade nos preços e produção de petróleo decorrente de fatos externos pode pesar na atividade e no equilíbrio macroeconômico.