São Paulo – A economia da Líbia cresceu 1,9% no ano passado, após uma alta de 10,2% no ano anterior, e deve avançar 16,1% em 2025, sempre muito atrelada ao desempenho do setor que domina a entrada de receitas nesse país árabe do Norte da África, o petrolífero. As projeções constam em relatório do Conselho Executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgado nesta quarta-feira (25).
De acordo com o fundo, a diminuição do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) real no ano passado está ligada à contração da área de hidrocarbonetos e assim devem seguir. “As perspectivas continuam dominadas pelo desenvolvimento do setor petrolífero”, diz o relatório, frisando ainda que a recuperação do crescimento em 2025 também terá como base a produção de petróleo, neste caso sua expansão.
No médio prazo, o crescimento econômico líbio deve se estabilizar na casa dos 2%, segundo o FMI. Em 2026, o avanço previsto para o PIB real é de 4,4%, caindo para 1,6% em 2027, e ficando em 1,7% em 2028, em 1,9% em 2029 e em 2,2% em 2030. “O crescimento dos setores não relacionados aos hidrocarbonetos deverá permanecer entre 5% e 6% no médio prazo, apoiado por gastos governamentais sustentados”, diz o fundo. Nos últimos anos também os gastos públicos sustentaram o avanço do setor não petrolífero no país.
O FMI prevê pequeno superávit na conta corrente da Líbia neste ano, de 0,7% do PIB. A conta corrente é o registro das transações econômicas de um país com o restante do mundo. No médio prazo, a previsão é de um pequeno déficit na conta corrente. Já o saldo fiscal deve permanecer deficitário pela continuidade de grandes gastos públicos. O saldo fiscal é o resultado entre as receitas e as despesas do governo.
O relatório aponta também os riscos negativos sob quais a economia da Líbia vive. Os internos decorrem da instabilidade política, que pode evoluir para conflitos ativos, interrompendo a produção e as exportações de petróleo e impedindo o progresso de reformas econômicas que são necessárias no país. O FMI também diz que a economia líbia está exposta a riscos globais de recuo por causa da forte dependência que o país tem das exportações de petróleo e do elevado volume de importações que faz.
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