Da redação
São Paulo – A economia mundial está encerrando um período de recessão para ingressar em um novo ciclo de crescimento, a partir de 2004. É o que revela o Informativo Comércio Exterior em Perspectiva da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado ontem (20), com base nas recentes projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), publicado na última edição do World Economic Outlook.
O estudo mostra, por exemplo, que entre as economias desenvolvidas, os Estados Unidos apresentam as melhores perspectivas de expansão a curto prazo. De acordo com o Informe da CNI, os técnicos do FMI projetam para a economia norte-americana um crescimento acima da média do grupo ainda este ano e para 2004.
Caso se confirme o crescimento de 3,9% no Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos em 2004, isso, segundo os analistas da CNI, "recolocará a economia norte-americana na trajetória de expansão que exibia antes da retração econômica registrada no biênio 2000/2001".
Uma das razões da recuperação da economia norte-americana é a política fiscal fortemente expansionista. Como exemplo, basta lembrar que o resultado fiscal que em 2000 registrou superávit de 1,2% do PIB deverá registrar até o final deste ano um déficit de 6% do PIB.
De acordo com o Informativo da CNI, a política monetária da maior economia do planeta levou as taxas de juros para os níveis mais baixos dos últimos 40 anos.
"A ausência de pressões inflacionárias contribuiu para a manutenção de uma política monetária frouxa, embora a elevação do déficit público já esteja pressionando as taxas de juros de longo prazo", observam os analistas da CNI.
EUA dão o tom
Os analistas não têm dúvidas de que o crescimento da economia norte-americana acabará influenciando positivamente a aceleração do crescimento econômico dos próprios países europeus, onde hoje a recuperação econômica continua a mostrar pouco fôlego.
O estudo lembra que o PIB na área do euro "recuou no segundo trimestre do ano, os índices de confiança dos consumidores e empresários permanecem deprimidos, o desemprego é ascendente e a produção industrial ainda não mostra trajetória consistente de alta".
A economia alemã, entre os países da Europa, é a que apresenta maiores dificuldades para retomar o crescimento. Além disso, a maioria dos países do bloco europeu deverá fechar 2003 com um desempenho econômico pior do que o registrado no ano passado.
"A valorização do euro limita a demanda externa, que não consegue compensar a retração do consumo e investimento. Ainda assim, a expectativa é de aceleração do crescimento econômico da região em 2004, impulsionada pela economia americana", diz o Informativo Comércio Exterior em Perspectiva da CNI.
O bom desempenho registrado pela economia japonesa surpreendeu positivamente o que levou o FMI a rever para cima as projeções de crescimento do Japão para este ano, de 0,8% Para 2,0% e para 2004 de 1,0% para 1,4%.
Segundo o Informativo da CNI, a melhora do ambiente externo e do mercado de ações explica a maior parte do resultado, mas os indicadores conjunturais da economia japonesa ainda são menos consistentes do que no caso americano.