São Paulo – Editores do Brasil e dos Emirados Árabes Unidos promoveram a primeira de uma série de reuniões de negócios entre os mercados literários dos dois países durante a Feira de Livros Infantis de Bolonha, na Itália, no começo de abril. Organizado pela Emirates Publishers Association (EPA) com apoio da Brazilian Publishers, projeto da Câmara Brasileira do Livro (CBL) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimento (Apex-Brasil), o encontro faz parte de uma programação criada para promover o emirado de Sharjah, convidado de honra da próxima edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, marcada para 2018.
Participaram do encontro 17 editores, entre brasileiros e árabes, todos focados na literatura infantil. Luiz Álvaro Salles Aguiar de Menezes, gerente de relações internacionais da CBL, disse que nenhum acordo ainda foi fechado, mas existem negociações avançadas.
“Algumas editoras que já haviam iniciado contato com os árabes no ano passado, durante a Bienal de São Paulo, estão com conversas mais avançadas. Mas a ideia dessa reunião era mesmo apresentar os editores uns aos outros e fazer uma aproximação”, disse.
O objetivo é criar uma via de mão dupla, com livros brasileiros sendo traduzidos e vendidos no mercado árabe e livros de escritores árabes oferecidos aos leitores brasileiros. Ao menos dois novos encontros deverão ocorrer ainda este ano: um em outubro, durante a feira do livro de Frankfurt, e outro em evento similar marcado um mês depois no emirado de Sharjah.
“Para os Emirados Árabes queremos levar de cinco a dez editores. Em Frankfurt, uma feira maior e mais diversificada, que abrange também obras universitárias e literárias, a ideia é reunir cerca de 30 pessoas, entre árabes e brasileiros”, explicou o executivo.
Em 2018, um novo encontro está marcado para a feira de Bolonha, antes do evento principal: a Bienal de São Paulo. No ano passado, a organização da feira brasileira elegeu o emirado de Sharjah como convidado de honra da próxima edição, pela sua liderança na promoção da literatura e cultura.
Segundo Menezes, as escolhas dos convidados de honra costumam gerar novos negócios no comércio literário. Essa é, também, a intenção de Sharjah: “Durante nossa visita ao Brasil, no ano passado, descobrimos que o país tem a maior diáspora árabe, com cerca de 12 milhões de pessoas”, afirmou Rawan Dabbas, diretora de relações internacionais da EPA, em entrevista à Emirates News Agency (WAM).
“Toda vez que nos reunimos, as similaridades entre os mercados de livro do Brasil e dos Emirados Árabes ficam mais aparentes. Estamos aproveitando esse fato para promover a diplomacia cultural entre nossos países”, concluiu a diretora.
A Brazilian Publishers estima que a participação na feira de Bolonha gerou US$ 337 mil em negócios, entre fechados e potenciais – os resultados da reunião com os árabes estão dentro deste montante, de acordo com Menezes.