Cairo – As exportações da empresa egípcia de produtos agrícolas Gouda aumentaram na safra passada entre 18% e 20%, alcançando o volume de 145 mil toneladas. A empresa pretende obter avanço de até 25% nas vendas internacionais da atual safra através da expansão dos atuais mercados de exportação e abertura de novos. O dado da última safra inclui todos os alimentos produzidos, com destaque para os cítricos.
O vice-presidente do Conselho de Administração da Gouda para Produtos Agrícolas, Hassan El-Bashbeshi (foto acima), disse que, no último período, assistiu-se a um boom nas exportações de produtos agrícolas, em proporções variáveis entre os mercados, visto que, em alguns a empresa conseguiu atingir taxas de crescimento superiores à meta, enquanto em outros o objetivo foi alcançado, havendo ainda aqueles em que o propósito não foi atingido.
Em entrevista à ANBA durante a Food Africa, feira que ocorreu no Egito entre 12 e 14 de dezembro, El-Bashbeshi disse que a empresa já exporta para os mercados latino-americanos, mas em quantidades pequenas e produtos como morango e romã congelados, além de certos tipos de pimenta congelada, cujas sementes são importadas da América Latina, sendo depois cultivadas, congeladas e reexportadas como produto acabado.
Segundo ele, a exportação de produtos in natura ainda é fraca e a expansão nos mercados latino-americanos exige uma maior definição, por parte das empresas egípcias, da sua capacidade produtiva e de exportação para a região. Também devem ser realizados cursos e seminários para familiarizar as empresas egípcias com o acordo Egito-Mercosul e com os produtos dos quais os países latino-americanos mais necessitam.
Oportunidades na África
El-Bashbeshi espera a continuidade do crescimento das exportações egípcias nesta safra, principalmente para mercados do continente africano, Leste da Ásia e Rússia. Ele explica que o mercado africano tem sede de produtos egípcios, sendo um mercado promissor e que ainda está apresentando alta taxas de crescimento.
“O estado, com todos os seus órgãos, se preocupa com o mercado africano, e o Conselho de Exportação de Produtos Agrícolas (do Egito) coloca a exportação para a África na linha de frente de suas prioridades. O novo programa de apoio à exportação foi dedicado ao mercado africano, com ênfase no apoio para ajudar as empresas a enfrentarem e superarem os desafios que encontram nos mercados africanos”, disse.
Segundo El-Bashbeshi, existem alguns obstáculos na exportação para o mercado africano, sendo os mais importantes a cobrança de taxas e o transporte, que foram parcialmente superados. As exportações têm registado um crescimento notável nos últimos três anos, sendo que frutas cítricas e tâmaras de todos os tipos, cebola e batata são os principais produtos exportados para o mercado africano.
O executivo defendeu a necessidade de se estabelecer linha direta de transporte entre o Egito e os países do continente africano para maximizar o intercâmbio comercial de todos os produtos, não apenas agrícolas. Ele espera que a operação de uma ponte ligando o porto de Sokhna, no Egito, e Mombaça, no Quênia, contribua para dobrar as exportações no próximo período. Ele destacou que Quênia, Gana, Maurício e Djibuti estão entre os mercados mais importantes do continente, onde os produtos egípcios apresentam altas taxas de crescimento.
Rússia e Ásia
El-Bashbeshi acrescentou também que o mercado russo continuará a ser um mercado importante na atual safra, devido à proibição imposta a produtos turcos, o concorrente mais forte para os produtos egípcios, e o bloqueio imposto sobre os produtos da União Europeia. El-Bashbeshi vê boas perspectivas na Ásia, principalmente após a entrada das frutas cítricas egípcias no mercado japonês, além da China, Indonésia e outros.
El-Bashbeshi informou que a Gouda começará a exportar para o mercado japonês neste ano. Foi estabelecida uma parceria entre a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e o Conselho de Exportação de Produtos Agrícolas do Egito para dar aos funcionários da empresa treinamentos sobre a aplicação dos requisitos do país em todos os estágios da exportação, a fim de se adequar aos padrões japoneses.
Ele acrescentou que os cítricos egípcios chegaram ao mercado japonês na safra passada, por meio de apenas uma empresa, e que a atual safra testemunhará a entrada de mais de uma empresa, já que o Japão um dos maiores e mais importantes mercados para os produtos egípcios.
*Tradução do árabe de Georgette Merkhan