São Paulo – Até o ano passado, o Egito possuía uma frota de 228 mil veículos. A previsão é que em 2012, o país árabe alcance os 640 mil veículos. “Nossa indústria automobilística tem crescido muito e queremos que as empresas brasileiras conheçam o nosso mercado”, afirmou o ministro egípcio do Comércio e da Indústria, Rachid Mohamed Rachid, ontem (11) na sede do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), em São Paulo.
De acordo com o representante do Conselho de Exportação para Produtos de Engenharia do Egito, Ahmed Fekry, o país conta com 16 empresas fabricantes de veículos automotivos, entre elas a General Motors, Suzuki e Marcopolo. A produção egípcia de componentes automotivos está estimada em US$ 750 milhões. “Cada vez mais empresas têm investido no Egito”, disse Fekry. Em 2004, por exemplo, a Nissan investiu US$ 100 milhões no país para produção de veículos e a brasileira Marcopolo, que formou uma joint-venture com uma empresa egípcia, investiu US$ 50 milhões. A previsão é produzir 1,5 mil ônibus no país árabe.
“Estendemos às mãos para os brasileiros para trabalharmos juntos e formarmos parcerias”, disse o ministro aos empresários do setor de autopeças que estavam no Sindipeças. “Estamos felizes que empresas brasileiras já estão começando a ir para o Egito. Estou certo que no futuro teremos mais fornecedores e empresas brasileiras”, acrescentou Rachid.
Segundo o conselheiro de Projetos Especiais do Sindipeças, Flávio Del Soldato, o Egito tem um forte potencial para produtos brasileiros. “Vimos um potencial muito grande em formar parcerias com o Egito, visto que é um mercado que está crescendo muito”, disse Soldato. Outra vantagem é a proximidade com o mercado europeu.
Os egípcios também falaram que o país árabe tem acordos comerciais com os países árabes e com os africanos, o que pode trazer vantagens para o Brasil exportar pelo Egito. O parque industrial egípcio tem dois milhões de metros quadrados. Outras vantagens são os custos de produção competitivo, o suporte financeiro do governo e mão-de-obra barata.
Encontro de negócios
Durante à tarde, uma delegação de 15 empresários egípcios se encontrou com cerca de 50 empresários brasileiros dos setores de alimentos, autopeças, cosméticos, produtos farmacêuticos, têxteis e commodities agrícolas. “Vim apresentar o meu projeto com a idéia de formar algum tipo parceria”, afirmou o coordenador do Projeto de Responsabilidade Ambiental Compartilhada (Prac), Guilherme Arb de Oliveira, que recolhe as baterias usadas de chumbo ácido para reciclagem.
Segundo Oliveira, os egípcios desconheciam esse trabalho de reciclagem de baterias de chumbo ácida. “Eles ainda não têm esse conceito de importar produtos recicláveis”, disse a empresária Cristina Calil, que acompanhava Oliveira.
Outra empresa brasileira que compareceu ao encontro foi a Three Links Trading, que representa diversas empresas. “Vim oferecer refrigerante”, disse o trader Roberto Garcia Jr. Segundo ele, o empresário egípcio da Mansour Trade & Distribution demonstrou interesse pelo produto e ficou de entrar em contato depois.
Do setor farmacêutico, duas grandes fabricantes egípcias de medicamentos vieram ao Brasil para tentar começar a exportar seus produtos, a Delta Pharma e a Pharco Corporation, esta última é a campeã de vendas no Egito. Por ano, a empresa vende cerca de US$ 200 milhões em medicamentos, como antibióticos, antiinflamatórios, vitaminas e etc.
Do setor de cosméticos, estava o presidente da Mamiba, Maged G. Amin, que procura parcerias para vender kits de xampus, condicionadores, sais de banho, cremes e óleos corporais para hotéis e spas. A empresa já fornece para grandes grupos hoteleiros como Merriott e Hyatt.