São Paulo – Executivos da Al Sharif Co., empresa egípcia que importa e exporta sementes, ervas e pimentas, estão em São Paulo em busca de novos parceiros. A empresa envia para o Porto de Santos de um a dois contêineres de produtos por mês. A meta é aumentar essa quantidade para cinco contêineres já em 2012. Para isso, o gerente de exportações Abdel Ghaffar Abdel Kawi espera fechar contratos com sete novos compradores, além de ampliar as vendas para os dez clientes locais que a empresa tem desde 2007.
Kawi e o chairman da companhia, Sherif Attaya, participaram de negociações com empresas brasileiras na manhã desta terça-feira (29) na Câmara de Comércio Árabe Brasileira. Eles afirmam que o Brasil está ganhando importância no comércio internacional. Por isso, segundo Kawi, os egípcios esperam que a empresa amplie sua participação no País nos próximos meses.
Entre os principais produtos vendidos para o Brasil estão hortelã, hortelã-pimenta, pimenta, manjericão, flor de camomila e sementes. Os usos dos produtos são variados. A flor de camomila, diz Kawi, pode ser usada tanto para infusão de chás como para elaborar aromas de cremes, xampus e outros cosméticos.
A Al Sharif Co. foi criada em 1980 em Alexandria, no Egito. Desde então, exporta seus produtos para a Arábia Saudita, Líbano, Kuwait e Emirados Árabes Unidos, Itália, Espanha, Ucrânia, Reino Unido, Holanda, Alemanha, Polônia, para África do Sul e para o Brasil. Kawi afirma que México, Venezuela e Equador também são "interessantes" para suas operações, assim como a Rússia.
Se depender do empresário Ricardo Caruso, os executivos da Al Sharif terão sucesso em sua passagem pelo País. Após se encontrar com eles na Câmara Árabe, Caruso afirmou que pretende comprar seus produtos. "Gostei da empresa, gostei dos produtos que me apresentaram. Achei os preços deles um pouco acima do mercado, mas egípcios são bons negociadores e acho que iremos fechar negócio", disse.
Diretor-executivo da Ricex Importadora e Exportadora, Caruso já comprou frutas secas, especiarias, sementes e folhas de exportadores árabes. Agora, deverá retomar as compras de especiarias, sementes e folhas e concentrar suas vendas no Nordeste, "a região que mais cresce no País". Se fechar negócio com os egípcios da Al Sharif, Caruso deverá encomendar um contêiner para ser desembarcado no Porto de Suape, em Recife.
"Tenho uma filial lá. De Recife distribuo os produtos por toda a região", diz. Ele afirma que no Nordeste, produtos como funcho, anis e cominho têm demanda maior do que no Sudeste, para onde é trazida a salsa que será processada e desidratada. "O Brasil produz salsa, mas não na quantidade necessária. Por isso importamos e os árabes mostram ter conhecimento do processo de tratamento destes produtos, que chegam com uma qualidade muito boa", afirma.
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que entre janeiro e outubro de 2010 e entre janeiro e outubro de 2011, o País não exportou funcho para os países árabes. Em compensação, importou US$ 596 mil em 2010 e US$ 1,4 milhão até outubro deste ano. O mesmo aconteceu com o anis. O Brasil não exportou o produto para os países árabes, mas comprou US$ 190 mil entre janeiro e outubro de 2010 e US$ 1,7 milhão no mesmo período deste ano. Houve aumento de 920,5% na comparação com o ano anterior. As compras brasileiras de cominho do mundo árabe triplicaram na comparação entre janeiro e outubro de 2010 com o mesmo período de 2011. Saltaram de US$ 492 mil para US$ 1,4 milhão.

