Cairo – A crise financeira internacional está fazendo com que importadores árabes, em especial os egípcios, busquem novos fornecedores, entre eles o Brasil. Esse fenômeno ficou claro ontem (19) durante o segundo dia da Feira Internacional do Cairo, que conta com um estande da Câmara de Comércio Árabe Brasileira.
“Muitos dos empresários que passaram pelo estande brasileiro são egípcios, árabes ou de outros países, que estão acostumados a freqüentar esse tipo de evento em outras capitais. Eu já havia encontrado vários deles em outras feiras, como a de Cartum [no Sudão], e todos vieram mais uma vez falar conosco e restabelecer o contato com o Brasil”, afirmou o assistente de Comércio Exterior da Câmara Árabe, Hans Lazarte Lima.
De acordo com ele, os empresários estão buscando muito o Brasil como uma opção para diversificar as fontes de fornecimento dos produtos com os quais trabalham. “Aparentemente, muitos desses empresários estão tentando se dirigir mais na direção do Brasil por causa da crise econômica. Notamos que muitos deles querem buscar novas fontes de fornecimento, pois os antigos fornecedores, por razões ligadas à crise econômica, não estão podendo mais atender às suas demandas. Eles esperam que no Brasil possam ser atendidos de melhor forma”, acrescentou a assistente de Marketing da Câmara Árabe, Karina Cassapula.
A idéia é compartilhada pelo empresário Amgad Allam, presidente da Allam Company for Pharmaceutical Industry in Egypt. Segundo ele, sua companhia tem muito interesse na importação de componentes químicos para fabricação de vacinas e remédios para tratamento de gado e aves domésticas.
“Já importamos esse tipo de material de fornecedores do Canadá, França e China, e estamos buscando novos fornecedores, especialmente no Brasil”, disse Allam. De acordo com ele, sua empresa já está há algum tempo muito interessada em trabalhar com o Brasil, por ter conhecimento da realidade do país, do excelente trabalho feito na área de criação de aves e pela importância do seu rebanho bovino.
“Já tentamos entrar em contato com várias empresas brasileiras do nosso ramo, às quais tivemos acesso através de seus sites na internet, mas infelizmente nenhuma delas respondeu as mensagens que lhes foram enviadas”, afirmou o empresário. Segundo ele, sua companhia realiza negócios no valor de 10 milhões de euros anualmente. “E todas as nossas operações de compra são pagas a vista, não fazemos operações a credito”, concluiu.