Silwan Abbassi*
Brasília – Os governos do Egito e da Alemanha anunciaram no final de semana a decisão de criar, no país árabe, uma zona industrial especializada em produção de automóveis, com um investimento de US$ 3 bilhões. A decisão foi anunciada durante o Fórum Econômico Egípcio-Alemão, que terminou segunda-feira. O primeiro-ministro egípcio, Ahmed Nazif, abriu o fórum durante visita da chanceler alemã, Angela Merkel. As informações são dos jornais árabes Al Hayat e Daily Star.
O Egito permite a abertura de zonas industriais que gozam de benefícios tarifários. Elas são frutos de acordos com outros países e, para que o produto fabricado nelas tenha o benefício tributário, ele precisa utilizar uma certa porcentagem de insumos egípcios e do país que firmou a parceria, neste caso da Alemanha.
O ministro do Comércio do Egito disse que um estudo completo da zona industrial conjunta será concluído em breve. O projeto será implementado a partir de meados deste ano. A Siemens Egypt Automation and Drives assinou três contratos com o Centro de Modernização Industrial (IMC) e o Centro de Treinamento Industrial (ITC) do país árabe para ampliar a capacidade produtiva de um grupo de indústrias locais e modernizar a infra-estrutura do ITC.
O diretor executivo do IMC, Adham Nadim, disse que os contratos com a Siemens prevêem a criação de 50 centros de treinamento em universidades e escolas técnicas. Os centros vão oferecer programas de treinamento a estudantes, com uma semana de duração, sobre o uso de equipamentos digitais na fabricação de materiais como madeira, plástico, alumínio e tecidos.
Cada centro vai custar aproximadamente 2 milhões de libras egípcias (US$ 350,8 mil), dos quais a Siemens vai contribuir com 65%. De acordo com Nadim, a meta é abrir de 12 a 15 centros nos próximos seis meses. O restante vai entrar em operação nos próximos dois anos. Quando estiverem operando com capacidade total, os centros vão formar 70 mil pessoas por ano, segundo ele.
Leite
Outro contrato foi firmado entre a Lacto Egypt e a Alp Milk, ambas produtoras de leite em pó, autorizando a produção de seus respectivos produtos em fábricas de terceiros para venda nos mercados egípcio e alemão. O primeiro-ministro Nazif salientou que a parceria entre Egito e União Européia já exerceu um impacto positivo no comércio bilateral entre Egito e Alemanha, cujo volume cresceu 25%.
Angela Merkel disse que o Egito é de grande importância para a Alemanha e que sua visita teve como objetivo consolidar relações econômicas e comerciais. De acordo com ela, a Alemanha é uma das maiores parceiras comerciais do Egito. Ela acrescentou, no entanto, que as leis egípcias poderiam ser modificadas para incentivar novos investimentos no setor de energia, inclusive de fontes renováveis.
*Tradução de Gabriel Pomerancblum