Cairo – O ministro do petróleo egípcio, Sameh Fahmi, anunciou nesta quinta-feira (30), em encontro com o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Salim Taufic Schahin, e o secretário geral da entidade, Michel Alaby, no Cairo, que deseja retornar ao Brasil ainda este ano, provavelmente em julho ou agosto. O ministro esteve no país em novembro de 2008.
Fahmi demonstrou entusiasmo com a idéia de estabelecer parcerias com o Brasil na área de exploração de gás e petróleo. “A Petrobras é uma empresa muito conhecida e respeitada no âmbito mundial e aqui no Egito. Ela possui uma tecnologia bastante avançada, que se aproxima muito das necessidades de nossa produção. Como no Brasil a empresa tem explorado petróleo em águas profundas, gostaríamos que nos trouxesse essa experiência para explorar gás e petróleo no Mar Mediterrâneo”, declarou.
“Pessoalmente, eu gostaria de estabelecer com o Brasil uma primeira experiência de sucesso que pudesse impulsionar nosso trabalho e cooperação na área de exploração de gás e petróleo”, afirmou Fahmi, acrescentando que está muito otimista com a perspectiva de trabalhar mais com o Brasil nessa área. “Estamos abertos para qualquer proposta ou iniciativa que venha do Brasil”, destacou. “Na verdade, muitas das perfuradoras que já usamos vêm diretamente do Brasil”, ressaltou.
O ministro egípcio destacou a necessidade de se consolidar um maior número de investimentos no setor de exploração de gás e petróleo pela iminência do aumento da demanda mundial. “Se não houver um aumento dos investimentos no setor, corremos o risco de ver os preços sofrerem aumentos excessivos”, disse.
O presidente da Câmara Árabe, por sua vez, demonstrou-se aberto a todas as idéias do ministro Fahmi, colocou à disposição a infraestrutura oferecida pela entidade para facilitar seu trabalho com o Brasil e para colocá-lo em contato com a indústria petrolífera do país.
Políticas de desenvolvimento
Ainda na quinta-feira, ocorreu o segundo e último dia da 40ª conferência das Câmaras Árabes de Comércio, Industria e Agricultura. Os participantes ressaltaram que, com a crise internacional, os países árabes devem manter políticas dirigidas ao desenvolvimento econômico e social.
Nesse contexto, o papel do setor privado deverá ser privilegiado. Já o setor público deve ter como principal função criar as condições propícias para o desenvolvimento adequado do setor privado. “Um dos principais desafios atuais do mundo árabe é a criação de empregos. Para lidar com esta questão, o esperado neste momento, pelo setor empresarial, é que os governos privatizem várias companhias e criem políticas para a indústria e agricultura”, comentou o secretário-geral da Câmara Árabe Brasileira, Michel Alaby.
Em seu balanço do evento, ele ressaltou a questão da exploração de complementaridades entre países árabes. “Isso só poderá realmente ocorrer no momento em que forem devidamente levadas em consideração e diagnosticadas as diferenças de grau de desenvolvimento e as especificidades de cada país”, disse Alaby.
Segundo o secretário-geral, isso não exclui a idéia de que a criação da Zona de Livre Comércio Árabe continue sendo a prioridade da região e a etapa a ser superada para que o desenvolvimento econômico possa ser alcançado e preservado.