Cairo – A conferência anual da Associação Internacional de Congressos e Convenções (ICCA, International Congress and Conventions Association) foi realizada a semana passada, no Cairo. No encontro, houve a promoção da idéia de transformar o Egito num centro para o turismo de eventos.
O Egito tem avançado nesta área e, de acordo com a classificação realizada pela ICCA, o Cairo está hoje na 100ª colocação na lista de cidades que mais atraem conferências no mundo. “Estamos avançando a passos largos no campo do turismo de conferências”, disse o vice-presidente da Egyptian Tourism Association (ETA), Sami Mahmud. Na sua avaliação, trata-se de uma boa posição, pois a lista envolve mil cidades do mundo inteiro.
Mahmud acrescentou que o turismo de eventos é bastante lucrativo e, com o seu desenvolvimento, ele pode se tornar uma fonte alternativa de emprego e renda no país. “Segundo a ICCA, a cidade Dubai, que está em primeiro lugar no Oriente Médio, atraiu em 2009 mais de 150 conferências, enquanto no Cairo nós tivemos somente 35”, afirmou.
O governo egípcio está dedicando atenção a esse tipo de turismo, que atrai um grande número de patrocinadores que se interessam pela realização de conferências nas áreas da ciência, cultura, economia, festivais artísticos, etc.
“No decorrer da última década, a infraestrutura para o turismo de conferências foi bastante desenvolvida no Egito. No inicio dos anos 90, havia neste país apenas o Centro Internacional para Conferências e Exposições, também chamado de Palácio de Congressos, mas vários outros centros situados nos grandes destinos turísticos foram construídos”, declarou Miranda Iannou, presidente do setor Mediterrâneo na ICCA.
Construído em 1989, o Palácio de Congressos, situado em Nasr City, no leste do Cairo, foi realizado em cooperação com o governo chinês. Além dele, o Egito conta também com o Palácio de conferências de Sharm El Sheikh. Na cidade de Alexandria, a Biblioteca Alexandrina conta com salas de conferências capazes de abrigar 3000 pessoas e, em Luxor, existe hoje uma grande sala de conferências.
“A construção de gigantescas salas de conferências em inúmeras partes do Egito gera também a preocupação pela melhoria da qualidade das estradas, dos meios de transportes e de comunicação, como os telefones, fax e Internet. O que é de importância fundamental para o desenvolvimento do turismo de eventos”, ressaltou Alaa Ezz, secretário-geral da União de Câmaras de Turismo Egípcias.
Segundo Mahmud, há planos para construir duas novas salas de conferências num futuro próximo. Uma delas deverá ser no balneário de Hurgada, no Mar Vermelho, e a outra na cidade de Assuã, no Sul do Egito. “Dessa maneira todos os nossos grandes centros turísticos farão parte de uma rede de grandes salas de conferências modernas, confortáveis e bem equipadas, capazes de receber qualquer grande evento longe dos inconvenientes das grandes capitais e na proximidade de balneários ou centros de lazer e interesse histórico”, destacou o executivo.
A idéia de realizar grandes eventos longe do tumultuo das grandes cidades é compartilhada por Atef Moawad, proprietário de uma agência especializada na organização de conferências no Egito. “Como organizador de eventos, prefiro locais turísticos mais distantes dos grandes centros por serem mais calmos e por terem acesso mais fácil. Neles o deslocamento é mais rápido e isso poupa muito tempo para os participantes”, disse. “Temos também que pensar que os participantes dedicam sempre um dia para compras e algum lazer, e por isso os centros turísticos têm grandes vantagens”, acrescentou.
Miranda Iannou ressaltou, no entanto, que o número de empresas especializadas na organização de conferências no Egito ainda é bastante limitado. “Este é um problema para o desenvolvimento deste gênero de turismo. O número de empresas deste ramo aqui não ultrapassa seis ou sete, o que é pouco em comparação com outros países com a capacidade do Egito nesse setor”, afirmou.
Por esta razão, a conferência da ICCA emitiu recomendações propondo a cooperação entre países membros para que promovam uma troca de experiências nesta área e ressaltou a importância do intercâmbio com grandes países, como os Estados Unidos, Alemanha e Itália.