São Paulo – O Egito vive uma escassez de equipamentos de proteção e prevenção ao coronavírus, com falta de desinfetantes sanitários, produtos de álcool, luvas e máscaras faciais, segundo notícia publicada nesta semana no site do jornal Al Ahram. A última atualização da Organização Mundial da Saúde (OMS) informa que o país tem 656 casos da doença e 41 mortes.
O chefe da divisão de suprimentos médicos da Federação das Câmaras de Comércio Egípcias (FECC, na sigla em inglês), Mohamed Ismail, informou ao jornal que o país depende principalmente da China para abastecer o setor, devido ao custo, já que os produtos chineses são 50% mais baratos do que os produzidos localmente.
A Malásia, a Indonésia e a Tailândia são as principais fornecedoras de luvas do Egito, mas devido ao surto de coronavírus na China, o país absorveu toda a produção dos três países até agosto.
Ismail contou que em 2009, durante o surto do H1N1, o Egito tinha quatro fábricas que eram as principais produtoras de máscaras faciais no país, com produção conjunta de 24 milhões de unidades ao ano. Em função de dificuldades financeiras, porém, elas interromperam operações há cerca de cinco anos.
Duas dessas companhias voltaram a trabalhar com a dificuldade egípcia de obter fornecedores na China. O país asiático precisou atender a sua própria demanda. O executivo afirmou que as duas indústrias egípcias, porém, não são capazes de atender toda a demanda local. Elas produzem 50 mil máscaras por dia, usadas pelo Ministério da Saúde. “Não estão voltadas para o mercado comercial”, disse.
As máscaras presentes no mercado privado egípcio são aquelas que entraram no mercado antes da metade de março, segundo Ismail. Sem dar detalhes, o chefe da divisão de suprimentos médicos da FECC disse, porém, que essa situação não será duradoura e que o Egito passará de importador de suprimentos médicos para um grande exportador no prazo de um mês.