São Paulo – O empresário Eike Batista negocia com o fundo soberano Mubadala, de Abu Dhabi, a venda de ações em quatro de suas empresas, conforme comunicado enviado pelas companhias à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão que regula o mercado brasileiro de capitais, entre a noite de segunda-feira (18) e a manhã desta terça-feira (19). Estão sendo vendidas pelo empresário participações suas na MMX Mineração e Metálicos; na OSX Brasil, de infraestrutura naval e estaleiros; na CCX Carvão da Colômbia; e na OGpar, de exploração e produção de petróleo e gás natural.
O empresário negocia 21,04% das ações que detém na MMX, 28,79% dos papéis que possui na OSX, 26,45% da sua participação na CCX e 11,47% da OGpar. Em documentos enviados por Eike a suas empresas e remetidos à CVM, ele afirma que as negociações estão sendo realizadas “no contexto da reestruturação do investimento da Mubadala Development Company no grupo EBX”. EBX era a holding que controlava as empresas de Eike.
O empresário afirma ainda que assinou na sexta-feira (15) contratos vinculantes, que são aqueles que preveem a futura estrutura do negócio assim como cláusulas para a negociação das empresas. Eike afirma ainda, nos comunicados, que a concretização das transações está sujeita “ao cumprimento de certas condições precedentes usuais para este tipo de negócio”.
Eike Batista chegou ao posto de 8º homem mais rico do mundo em 2012, com uma fortuna estimada em US$ 34 bilhões, mas perdeu dinheiro quando uma de suas empresas, a petroleira OGX, não entregou o resultado prometido e suas ações perderam valor. As outras empresas seguiram a mesma trajetória e os negócios de Eike foram vendidos ou entraram em recuperação judicial, como é o caso da OSX e da OGpar, dois dos negócios que agora estão sendo vendidos em parte ao fundo de Abu Dhabi.
Esta não é a primeira negociação de Eike com o Mubadala. Em 2012, o fundo soberano emprestou aproximadamente US$ 2 bilhões à EBX, valor que depois foi convertido em participação acionária. O Mubadala também é dono de parte da empresa de entretenimento IMX, do Porto do Sudeste, no Rio de Janeiro, e da empresa Prumo Logística, antiga LLX, todos negócios que pertenceram ao empresário. Os valores das transações não foram divulgados.


