São Paulo – Atrair investimentos estrangeiros para o agronegócio brasileiro é uma das metas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para 2011. No topo da lista de países com maior potencial para tanto estão aqueles do Oriente Médio e do Extremo Oriente. Por que esses dois grupos? A explicação está no fato de que, além de dispor de recursos, essas nações têm nas políticas de segurança alimentar, ou seja, no abastecimento de suas populações, uma prioridade. No mundo árabe, ganham destaque nesse cenário a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos. Aqui, os estrangeiros podem investir principalmente em culturas como grãos e na indústria de laticínios, entre outras possibilidades.
“O Brasil tem um papel relevante para os países do Oriente Médio e do Extremo Oriente no que se refere à segurança alimentar”, afirma o assessor de investimentos estrangeiros do Mapa, Maurício Fleury Curado. “Vários países dessas regiões produzem pouco e precisam de parceiros seguros para abastecê-los de alimentos”, diz.
Nesse sentido, afirma Curado, a demanda dessas nações está de acordo com o plano do Mapa, que é atrair investimentos para o agronegócio brasileiro. “Vamos firmar parcerias para que os estrangeiros possam investir mais aqui”, diz. Esses aportes de recursos seriam feitos em culturas como grãos, na indústria de laticínios, na agroindústria de modo geral e até mesmo em infraestrutura e logística.
Segundo Curado, a ideia é atrair os investimentos a partir de propostas que saiam das empresas de cada área, a serem capacitadas com o apoio do Mapa. “Vamos organizar fóruns setoriais com empresários do agronegócio brasileiro para preparar as empresas e desenvolver oportunidades”, diz. Poderão participar companhias de todo o país, mas “naturalmente elas vão estar melhor preparadas nos estados em que a atividade agrícola é mais forte, como os das regiões Centro Oeste e Sul”, conforme o assessor do ministério.
Para colocar o plano em prática, o Mapa deve estar presente em pelo menos cinco missões comerciais no exterior ao longo de 2011, em locais ainda a serem definidos. Isso além das reuniões com o empresariado nacional. “Em novembro do ano passado, participamos de quatro seminários com investidores árabes no Kuwait, Riad, Doha e Abu Dhabi”, diz Curado.
Os produtos do agronegócio brasileiro são exportados hoje para 200 países. Somente a carne bovina nacional tem 142 compradores internacionais, para 146 da carne de frango. Entre os meses de janeiro e novembro de 2010, as vendas externas do setor para o mundo árabe foram de R$ 7,9 bilhões, cifra 29% maior em comparação com 2009.
Ainda no bloco árabe, os maiores importadores do País no setor agroindustrial, entre janeiro e novembro de 2010, foram Arábia Saudita, Egito, Emirados, Argélia e Marrocos, nessa ordem. Somente os sauditas compraram US$ 2,7 bilhões, com US$ 1,8 bilhão comercializados para o Egito.