São Paulo – Empresários árabes foram convidados nesta segunda-feira (15) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, por lideranças brasileiras do setor público a investir no Brasil. O ministro da Economia, Paulo Guedes, foi um dos que fez o convite aos árabes no Invest in Brasil Forum, assim como outros ministros apresentaram o potencial para investimentos em diversas áreas, em um evento que contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro.
O fórum foi organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), pelo Ministério das Relações Exteriores e pelo Governo Federal, com a parceria da Confederação Nacional da Indústria (CNI), da Câmara de Comércio Árabe Brasileira e da Câmara de Comércio e Indústria de Dubai (Dubai Chamber). Foram apresentados setores da economia brasileira aptos a receber investimento estrangeiro. De acordo com informações divulgadas pela Apex-Brasil, a área de infraestrutura recebeu maior atenção dos árabes que assistiam ao Invest in Brasil Forum.
Na abertura do evento, o ministro da Economia, Paulo Guedes (foto acima), listou uma série de oportunidade de investimentos no Brasil e convidou os investidores árabes a apostarem no País. “Confiem no Brasil, venham para o Brasil”, disse. Guedes afirmou que o Brasil espera uma parceria bem-sucedida com os Emirados e que o país é sócio ideal para recursos naturais do Brasil.
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, explicou o amplo portfólio de projetos que estão disponíveis para aportes de recursos internacionais no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Ele detalhou operações no Brasil abertas para seleção de concessões públicas para exploração, como o Porto de Santos e o saneamento básico, e falou do programa que tem como objetivo permitir que a iniciativa privada construa ferrovias em 14 estados.
A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, reforçou a importância de investimentos em infraestrutura para o agronegócio brasileiro, para que o setor possa garantir a segurança alimentar dos países que consomem produtos do Brasil, incluindo Emirados Árabes Unidos. “A área de infraestrutura no Brasil melhorará consideravelmente a produtividade com a redução dos custos de produção no âmbito do agronegócio”, disse.
Economias árabes: nova fase
O presidente da Câmara Árabe, Osmar Chohfi, também falou na abertura do fórum. Chohfi citou os mais de US$ 11 bilhões em exportações brasileiras ao mercado árabe em 2020 e disse que as oportunidades na região estão longe de se esgotar. Ele relatou a transformação na região, com a busca por uma economia diversificada, descarbonizada e inovadora, e pela produção de alimentos a fim de reduzir a dependência externa.
Chohfi falou que os árabes devem continuar a ser importantes mercados para o agronegócio brasileiro, mas que o empenho em produzir localmente representa para o Brasil a oportunidade de incluir na pauta de exportações cultivares, linhagens animais e demais insumos agropecuários em grandes quantidades. Ele também citou projetos árabes de infraestrutura, tecnologia, turismo e energia renovável da região, que vêm demandando produtos, serviços e soluções. “As oportunidades, no entanto, não se limitam a trocas comerciais”, falou.
Chohfi disse que os fundos soberanos administrados pelos governos árabes detêm um capital estimado de US$ 2,3 trilhões e que percebe que estão dispostos a investir no Brasil em projetos relacionados à segurança alimentar, infraestrutura e sustentabilidade, em linha com seus objetivos estratégicos. O presidente da Apex-Brasil, Augusto Pestana, listou aos árabes os setores de infraestrutura, energia, turismo, agronegócio, indústria, serviços e major capital como os que estão abertos a receber aportes estrangeiros. Ele falou na abertura do evento.
Indústria que se renova
O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, falou sobre a indústria brasileira. “A indústria sempre foi o setor que mais contribuiu para que o país saísse de crises econômicas. A história mostra que, quando a indústria vai bem, a economia passa por um círculo virtuoso e prospera. O Brasil precisa de uma indústria forte e dinâmica para fazer a transição entre a retomada da atividade pós-pandemia e um novo e duradouro ciclo de crescimento”, afirmou Andrade. Ele disse as mudanças em curso, como uso maior de digitalização, internet das coisas, compartilhamento, economias circular e de baixo carbono, trazem oportunidades e possibilitarão ganhos de produtividade.
América Latina
Autoridades dos Emirados também participaram do fórum brasileiro. Faisal Belhoul, membro do conselho da Câmara de Dubai, afirmou que a América Latina está se tornando um foco de investimentos para os empreendedores da região. Dois ministros dos Emirados Árabes Unidos, o do Comércio Exterior, Thani Al Zeyoudi, e a de Mudanças Climáticas e Meio Ambiente, Mariam bint Mohammed Almheiri, expuseram dados da balança comercial entre os dois países no evento. Mariam ressaltou a sustentabilidade de companhias brasileiras presentes nos Emirados Árabes Unidos e Thani Al Zeyoudi lembrou da estável relação bilateral entre os países.
Outras autoridades das duas regiões participaram, entre elas o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Carlos França, que também abordou os investimentos, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES), Gustavo Montezano, o presidente do New Development Bank (NDB), Marcos Troyjo, o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, o embaixador do Brasil nos Emirados Árabes Unidos, Fernando Igreja. Também especialistas debaterem assuntos relacionados ao tema central, dos investimentos.
Agenda da Expo 2020
O fórum ocorreu como parte da agenda da participação brasileira na Expo 2020 Dubai, que ocorre nos Emirados, e da missão de investimentos organizada pela CNI ao país. O evento ocorreu durante visita oficial de Bolsonaro aos Emirados. O presidente teve compromissos no país desde o sábado (13) até esta segunda-feira (15). Nesta terça-feira (16) ele estará no Bahrein e na quarta-feira (17) será recebido no Catar.
*Com informações da Apex-Brasil e da CNI