Da redação
São Paulo – As exportações brasileiras para o Oriente Médio somaram US$ 306 milhões em julho, contra US$ 216 milhões no mesmo mês do ano passado, o que significa um aumento de 41,6%. O valor, porém, foi menor do que o registrado em junho (US$ 527 milhões). Para a África, os embarques renderam US$ 411 milhões, ante US$ 285 milhões em julho de 2003, um crescimento de 44,2%. O patamar ficou um pouco abaixo do de junho, quando as vendas para o continente africano somaram US$ 412 milhões. Os dados foram divulgados ontem (02) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Em suas estatísticas, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), vinculada ao ministério, considera como parte do Oriente Médio os países árabes Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Iraque, Jordânia, Líbano, Omã e Síria, além de Israel e Irã, que não são nações árabes.
Já na África estão situados os países árabes Argélia, Egito, Líbia, Marrocos, Tunísia, Sudão, Somália, Mauritânia, Dijibuti e Ilhas Comores.
"As vendas para o Oriente Médio cresceram para a maioria dos países da região, com destaque para o Irã, Arábia Saudita e Síria, tendo como principais produtos exportados: carnes, óleo de soja, açúcar, milho, farelo de soja, autopeças, tratores rodoviários, máquinas para terraplanagem, leite e laticínios", diz o relatório divulgado pela Secex.
"Com relação à África, evoluíram as vendas para a maioria dos países, destacando-se África do Sul, Egito, Nigéria, Argélia, Angola e Marrocos, pelas vendas de açúcar, veículos automóveis, carnes, máquinas e equipamentos, siderúrgicos, minérios, obras de ferro e aço, fumo e soja em grão", acrescenta o documento.
Os técnicos da Secex destacaram também o crescimento das vendas para mercados não tradicionais, ou com pequena participação na pauta brasileira, "o que indica o processo de diversificação de países de destino das exportações brasileiras". Entre estes mercados estão a Líbia, para onde os embarques renderam US$ 13,5 milhões em julho, ou 528,2% a mais do que no mesmo mês de 2003; Sudão (US$ 11,5 milhões, 402,7% de crescimento); Jordânia (US$ 7,3 milhões, 74,6% de aumento); Líbano (US$ 8,4 milhões, ou um acréscimo de 64,6%); Omã (US$ 5,2 milhões, ou 59,3% a mais); e Mauritânia (US$ 3,1 milhões, 52,2% de crescimento). Todos estes são países árabes.
Importações
Na outra ponta, aumentaram também os gastos com importações do Oriente Médio, que somaram US$ 140 milhões em julho, contra US$ 115 milhões no mesmo mês do ano passado. As compras dos países africanos somaram US$ 640 milhões, ante US$ 282 milhões em julho de 2003, um aumento de quase 127%.
As importações gerais do Brasil no mês somaram mais de US$ 5,5 bilhões, o segundo maior valor do ano e também a segunda maior marca para meses de julho. As compras de combustíveis e lubrificantes aumentaram 121,5% no período "em decorrência das maiores quantidades importadas e da elevação das cotações internacionais do produto (petróleo)". O Brasil é grande importador de petróleo de países da África, como a Nigéria e a Argélia, e do Oriente Médio.
No acumulado de janeiro a julho, as exportações para o Oriente Médio somaram US$ 2,036 bilhões, contra US$ 1,353 bilhão no mesmo período do ano passado, um aumento de quase 50,5%. Para a África, os embarques renderam US$ 2,257 bilhões, ante US$ 1,417 bilhão nos primeiros sete meses de 2003, um crescimento de quase 59,3%.
Já as importações brasileiras do Oriente Médio somaram US$ 1,082 bilhão no período, contra US$ 855 milhões entre janeiro e julho do ano passado. Da África o Brasil importou o equivalente a US$ 3,379 bilhões, ante US$ 1,802 bilhão nos primeiros sete primeiros meses de 2003, o que significa um aumento de mais de 87,5%.
Total
No geral, as exportações brasileiras renderam US$ 8,992 bilhões em julho, contra US$ 6,105 bilhões no mesmo mês do ano passado, o que significa um crescimento de quase 47,3%. Foi um recorde histórico para meses de julho e o segundo maior valor mensal de todos os tempos, superado apenas pelo de junho de 2004 (US$ 9,327 bilhões).
Já as importações somaram US$ 5,512 bilhões no mês, ante US$ 4,049 bilhões em julho de 2003, houve um aumento de 36,13%. O superávit favorável ao Brasil foi de US$ 3,48 bilhões, um recorde para meses de julho e o segundo maior valor mensal da história, menor apenas do que o atingido em junho de 2004 (US$ 3,81 bilhões).
No período de janeiro a julho, as exportações brasileiras já somaram US$ 52,298 bilhões, as importações US$ 33,769 bilhões e o saldo favorável ao Brasil US$ 18,529 bilhões. No acumulado dos últimos 12 meses os embarques renderam US$ 86,275 bilhões, as compras US$ 55,402 bilhões e o superávit ficou em US$ 30,873 bilhões. Segundo a Secex, o valor das exportações e o saldo alcançado são recordes para períodos de 12 meses.

