Emirates News Agency
Dubai (Emirados Árabes Unidos) – O Dubailand, maior projeto de turismo, lazer e entretenimento do Oriente Médio, foi lançado ontem pelo general xeque Mohammed bin Rashid Al Maktoum, príncipe de Dubai e ministro da Defesa dos Emirados Árabes Unidos.
O projeto faz parte do plano estratégico do governo dos Emirados de transformar o país num dos maiores destinos mundiais de turistas. O poder público ficará responsável pela parte de infra-estrutura do complexo. Caberá à iniciativa privada aproveitar as oportunidades de investimento, disse Al Maktoum.
“Esse projeto complementa perfeitamente o plano estratégico de Dubai de tornar o setor de turismo uma prioridade de governo”, afirmou Al Maktoum. A estimativa é de que o complexo receba cerca da US$ 5 bilhões em investimentos privados – não estão incluídos nesse valor os gastos com infra-estrutura.
“O objetivo é fazer dos Emirados um dos principais destinos de turistas de todo o mundo. Queremos receber 15 milhões de visitantes por ano até 2010”, acrescentou o ministro. Para ele, “isso fortalece a posição dos Emirados na economia global”.
Rashid Al Maktoum ressaltou que o Dubailand está sendo lançado depois de dois anos de estudos e pesquisas, e irá incluir atrações internacionais para receber mais de 200 mil visitantes por dia.
Em 2002, o fluxo de turistas para os Emirados foi de 5,4 milhões de pessoas. Para se ter uma idéia, no mesmo período, o Brasil recebeu menos de 4 milhões de visitantes. O líder do ranking é a França, com 77 milhões de visitas no ano passado, seguida pela Espanha (51,7 milhões) e pelos Estados Unidos (41,9 milhões), segundo a Organização Mundial do Turismo.
Base para crescer
A previsão é de que o plano estratégico de fortalecer o turismo aumente a participação do setor no Produto Interno Bruto (PIB) do país, de 12% para 20%. "Hoje, mais do que nunca, vivemos o momento certo de construir as bases para garantir um futuro próspero, desenvolvendo setores com alto potencial de crescimento", afirmou Al Maktoum. "O turismo é um desses setores promissores. É uma indústria mundial de US$ 464 bilhões".
O ministro também lembrou outras ações do governo para fortalecer o setor de turismo no país. A companhia aérea do país, a Emirates Airline, por exemplo, está finalizando uma ordem de compra de novos aviões no valor de US$ 26 bilhões. Da mesma forma, o Aeroporto Internacional de Dubai está investindo US$ 4,5 bilhões para aumentar sua capacidade e transportar mais de 75 milhões de passageiros por ano.
Na avaliação do príncipe, os Emirados têm vantagens competitivas em relação a outros países. Uma delas é a posição geográfica. "Nossa localização nos torna, literalmente, a ponte entre o Leste e o Oeste. Por isso, já somos o centro comercial de uma região que inclui os países do Golfo, a África e a Ásia central, um bloco de mais de 1,5 bilhão de pessoas com um PIB conjunto de cerca de US$ 1,5 trilhão", completou.
Para Al Maktoum, "o país também tem a vantagem de oferecer um ambiente seguro, amigável e familiar, ter recursos naturais e infra-estrutura hoteleira capaz de atrair desde famílias até turistas de negócios".
"Quem sonharia?"
Reiterando sua confiança no sucesso do empreendimento, o ministro lembrou outros projetos de modernização bem sucedidos dos Emirados. "Quem sonharia que o país, apenas três anos depois da criação da Dubai Internet City e do Governo Eletrônico, se tornaria a capital da Tecnologia da Informação do Oriente Médio, comparável aos países desenvolvidos em termos de percentagem de pessoas usando essas novas tecnologias?", questionou.
E continou: "Quem sonharia que Dubai poderia sediar a reunião anual do FMI e do Banco Mundial?" – o evento aconteceu em setembro deste ano e foi elogiado pela comunidade internacional.
"Por isso, estamos seguros de que os projetos já existentes e os futuros continuarão a desempenhar papel central no crescimento da economia do país", declarou. Para Al Maktoum, o Dubailand vai complementar os esforços para diversificar "ainda mais" a economia local e criar oportunidades para investimentos privados.
Nos últimos anos, diversos países árabes vêm implementando reformas econômicas como forma de atrair investimentos privados e diminuir a dependência do setor de petróleo e gás. Nos Emirados, por exemplo, o ramo não-petrolífero da economia já responde por mais de 70% do PIB nacional.

