Emirates News Agency
Abu Dhabi (Emirados Árabes) – O setor privado dos Emirados Árabes Unidos investiu pelo menos cerca de US$ 7 bilhões na economia doméstica no ano passado. Com isso, essas empresas ultrapassaram o governo e se tornaram o maior agente do desenvolvimento do país, de acordo com dados do Ministério do Planejamento e do Banco Central.
De uma participação ínfima há duas décadas, o setor privado passou a controlar 47% do Produto Interno Bruto (PIB) dos Emirados em 2002, especialmente no segmento não petrolífero.
Os números oficiais mostram que os aportes privados na economia somaram US$ 7,2 bilhões, quase 43% do total dos investimentos domésticos no período, de US$ 16,9 bilhões. As empresas ficaram à frente do governo e das instituições públicas que investiram, respectivamente, US$ 3,8 bilhões e US$ 5,9 bilhões.
O ingresso de recursos privados na economia vem crescendo de forma constante e rápida nos últimos anos em razão dos incentivos do próprio governo, que pretende aumentar a participação desse setor no PIB. Para o futuro, a previsão é de mais expansão.
Entre 1998 e 2002, o setor privado injetou US$ 32,5 bilhões na economia, mais de 41% do total investido no período (US$ 77,6 bilhões). A participação dessas empresas no PIB também aumentou, atingindo o pico de US$ 33,2 bilhões no ano passado, cerca de 47% do Produto.
O segundo maior componente do PIB foi o setor petrolífero (que é controlado pelo governo), com US$ 23,9 bilhões. Em seguida, veio o próprio governo, com US$ 13,8 bilhões, apenas 19,5% do Produto.
"O setor privado nos Emirados Árabes está ganhando peso e confiança", disse ao jornal Gulf News um economista de Abu Dhabi, capital do país. "Isso vem ocorrendo em grande parte graças ao apoio do próprio governo, embora eu acredite que o governo possa fazer mais".
A expansão do setor privado deu novo fôlego à economia local, que andou de lado nas duas últimas décadas em razão da estabilidade dos preços internacionais do petróleo, que eram a base do PIB. Segundo o Banco Central, desde o início da década de 90, o setor privado e os segmentos não-petrolíferos cresceram cerca de 10% ao ano e conseguiram compensar o declínio dos preços e da produção de petróleo.