São Paulo – Os Emirados Árabes Unidos compraram 560,6 mil pares de calçados do Brasil de janeiro a maio deste ano, segundo números divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) nesta segunda-feira (11). Houve queda de 16,1% sobre o volume adquirido no mesmo período de 2017, quando o país árabe importou 668 mil pares fabricados no Brasil.
Também houve recuo em receita. Os Emirados gastaram US$ 5,1 milhões com calçados brasileiros de janeiro a maio de 2018, valor 10,6% inferior ao registrado nos cinco primeiros meses de 2017, quando as compras somaram US$ 5,7 milhões. Na mesma comparação, houve aumento no valor médio dos calçados comprados, em 6,5%, de US$ 8,60 para US$ 9,15 o par.
Apesar da queda, os Emirados foram o 17º maior destino do calçado brasileiro no exterior de janeiro a maio. O maior mercado internacional do produto é Argentina, seguida de Estados Unidos, Paraguai, França, Bolívia, Peru, Colômbia, Equador, Chile e Reino Unido. Os Emirados são o único país árabe a figurar na lista dos 20 maiores compradores do calçado brasileiro.
No geral, as exportações brasileiras de calçados recuaram nos cinco primeiros meses deste ano sobre igual período de 2017, de 49,1 milhões de pares para 46,7 milhões de pares. A queda foi de 4,9%. Em receita o recuo foi de 9,3%, de US$ 441,4 milhões para US$ 400,3 milhões.
Em maio individualmente houve uma queda ainda maior nas vendas externas de calçados brasileiros. Elas recuaram 45,6% em valor sobre o mesmo mês de 2017 e 32,7% em quantidade. Foram US$ 56,1 milhões gerados com a venda de 6,3 milhões de pares.
No final de maio o Brasil viveu uma greve de caminhoneiros, que bloqueou rodovias e impactos o comércio exterior do País, dificultando a chegada de insumos nas fábricas e de produtos nos portos para embarque internacional.
Segundo nota da Abicalçados, a paralização afetou negativamente as exportações do setor. “Dos 121 países que receberam calçados brasileiros em maio, registramos queda em 72”, disse o presidente da Abicalçados, Heitor Klein, de acordo com o comunicado.
Ele avalia que o resultado de maio deve frustrar as previsões de vendas externas para o ano como um todo. “Tínhamos uma expectativa de bater o valor registrado em 2017, de US$ 1,09 bilhão em embarques, que provavelmente não irá ser atingida. Foi um mês terrível”, declarou.