São Paulo – Os Emirados Árabes Unidos apresentam um crescimento econômico amplo impulsionado pela atividade robusta no turismo, construção, indústria de transformação e serviços financeiros. O país também registra aumento dos preços da habitação, o que vem principalmente da procura externa por bens imobiliários, ampliação dos laços bilaterais e multilaterais do país e o status local de porto seguro.
As informações foram divulgadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta segunda-feira (20), após visita da equipe da instituição ao país, liderada pelo conselheiro e chefe de missão Ali Al-Eyd, que esteve nos Emirados Árabes Unidos entre 2 e 16 de maio e se reuniu com as autoridades locais. De acordo com relatório feito por Eyd, os fatos citados acima também contribuem para ampla liquidez no país.
Segundo o documento, espera-se que o Produto Interno Bruto (PIB) vindo dos hidrocarbonetos cresça este ano nos Emirados Árabes Unidos, resultante de maior produção de petróleo bruto, conforme aumento da quota do país na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+). O fato, aliado aos elevados preços do petróleo, deve favorecer que sigam em alta os excedentes fiscais e externos.
O FMI menciona dois desafios contidos até agora: o impacto das tensões geopolíticas regionais e os efeitos dos alagamentos. O país árabe enfrentou recentemente episódios de altos volumes de chuvas, que causaram alagamentos nas cidades. De acordo com a instituição financeira, o PIB real dos Emirados Árabes Unidos deve crescer 4% em 2024 e é previsto que a inflação siga sob controle, na casa dos 2% ao ano.
Emirados: riscos
Eyd ressalta que as perspectivas estão sujeitas a incertezas e riscos externos, como tensões geopolíticas, crescimento e condições financeiras globais, e volatilidade dos preços das matérias-primas. Os impactos das alterações climáticas e a velocidade dos esforços globais de descarbonização aumentam os riscos.
O FMI afirma que o país possui, no entanto, grandes reservas financeiras que ajudam a mitigar ameaças, além de investimentos públicos e privados acelerados e reformas estruturais em curso. Entre essas reformas, são citadas medidas para atingir objetivos climáticos ambiciosos e desenvolver energia e tecnologia renováveis e de baixo carbono. Elas podem estimular o crescimento acima do esperado.
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