São Paulo – Os exportadores de calçados brasileiros escolheram os mercados-alvo para a promoção dos seus produtos no próximo biênio e incluíram dois países árabes entre eles. Emirados está entre os prioritários e Arábia Saudita entre os secundários. Os mercados são escolhidos a cada renovação de convênio da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) com a Agência Brasileira de Promoção das Exportações e Investimentos (ApexBrasil), entidades que mantêm o Brazilian Footwear, programa de internacionalização do setor calçadista.
Os países prioritários escolhidos para o biênio 2024-2025 foram Estados Unidos, Colômbia, Chile, Emirados Árabes Unidos, Alemanha e Angola. Os mercados-alvo secundários, que serão trabalhados para entendimento e prospecção para ações futuras durante dois anos, são Arábia Saudita e Austrália.
Considerado estratégico por ser um reexportador para os demais países árabes, os Emirados Árabes Unidos têm grande potencial de mercado para o Brasil, que hoje responde por apenas 0,3% das importações de calçados do país árabe. O elevado preço médio do calçado consumido lá (US$ 66,30) é outro atrativo para as exportações. Em 2022, foram exportados para os Emirados 1 milhão de pares de calçados brasileiros, que geraram US$ 9 milhões, resultados superiores tanto em volume (+4,6%) quanto em receita (+34,6%) ante 2021.
Os Estados Unidos foram eleitos para consolidação do mercado, já que são historicamente o principal destino do calçado brasileiro no exterior. A Colômbia caiu três posições no ranking de destinos do calçado brasileiro no exterior, de 5º para 8º destino, e é considerada um mercado relevante para o calçado brasileiro, principalmente para empresas que estão menos adiantadas no processo de exportação. O Chile é o quarto principal destino do calçado do Brasil, e sua escolha visa a abertura estratégica desse mercado que tem potencial para comprar ainda mais.
A Alemanha é a principal importadora de calçados do Brasil na Europa e a segunda maior do mundo, mas o Brasil representa apenas 0,1% das importações totais do setor, portanto há grande potencial para crescimento. A Angola é o principal mercado africano para o calçado brasileiro e além de ser estratégica para a expansão no continente, tem 32% de suas importações do setor provenientes do Brasil, perdendo apenas para a China. A projeção de crescimento no país é de 2% ao ano até 2024.
Os mercados-alvo escolhidos serão impactados por ações comerciais e de imagem do programa de exportação para o próximo biênio. No escopo do projeto, que subsidia ações de internacionalização físicas e digitais, estão feiras internacionais, missões comerciais, plataformas virtuais de conexão com compradores estrangeiros, capacitações para a exportação, iniciativas de promoção de imagem com influenciadores, promoção do programa Origem Sustentável, entre outras iniciativas.
O Brazilian Footwear conta com cerca de 300 empresas associadas que respondem por quase 80% do total gerado pelas exportações brasileiras de calçados. “Elas estão em estágios diferentes de internacionalização, sendo que a escolha dos mercados leva em consideração as diferentes estratégias para abertura, manutenção e ampliação dos embarques em diferentes países”, disse em nota a gestora de Projetos da Abicalçados, Letícia Masselli.
A decisão para o biênio 2024-2025 ocorreu em reunião virtual no último dia de fevereiro e contou com a participação de representantes da Abicalçados, ApexBrasil e empresários exportadores associados ao Brazilian Footwear. “Trata-se de uma escolha cuidadosa, minuciosamente planejada pelos departamentos de Inteligência de Mercado da Abicalçados e ApexBrasil, que colocam os principais mercados de cada continente para votação entre os empresários participantes”, disse Masselli, em nota.