Dubai – O vice-presidente e primeiro-ministro dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed bin Rashid Al Maktoum, que também é o emir de Dubai, autorizou a transferência de 70 bilhões de dirhans (US$ 19 bilhões) ao Ministério das Finanças do país. A medida tem como objetivo aumentar a liquidez no setor bancário dos Emirados e foi adotada sob a orientação do presidente do país, Khalifa bin Zayed Al Nahyan.
No mês passado, o Ministério das Finanças e o Banco Central injetaram 120 bilhões de dirhans (US$ 32,7 bilhões) no sistema bancário do país. O vice-presidente dos Emirados criou um comitê, formado por funcionários dos ministérios das Finanças e da Economia e do Banco Central, para implementar essas medidas.
O governo do país está disposto a fornecer todas as garantias necessárias para proteger o setor bancário da crise financeira global e vem agindo com rapidez para garantir a estabilidade do setor financeiro.
Em 22 de setembro, o Banco Central dos Emirados disponibilizou 50 bilhões de dirhans (US$ 13,6 bilhões) aos bancos que operam no país, também com o objetivo de combater a crise financeira global.
De acordo com o site de notícias financeiras Zawya, as lideranças dos Emirados informaram que vão garantir depósitos bancários e operações de empréstimos interbancários para instituições. O governo da Arábia Saudita informou no último domingo (12) que vai fornecer ajuda financeira aos bancos do país.
Representantes dos governos dos dois países afirmaram que seus sistemas bancários estão capitalizados e relativamente blindados contra a crise. Ainda assim, lideranças em diversos países do Golfo estão tendo dificuldades em manter a confiança dos investidores.
Desde sua reabertura após um feriado religioso este mês, as bolsas de valores do Golfo registraram fortes quedas, gerando perdas de bilhões de dólares para os investidores na região.
O vice-presidente da SAMA, o banco central saudita, Mohammed Al-Jasser, disse ao site Zawya que US$ 40 bilhões estão disponíveis para os bancos do país, caso eles precisem de fundos. Al-Jasser afirmou que as instituições ainda não recorreram à verba.
A Arábia Saudita, cuja moeda é atrelada ao dólar, reduziu sua taxa de juros em 0,5% na semana passada. A medida foi adotada em conjunto com outros países da região.
Diante da forte redução do preço do petróleo, economistas começaram a questionar a sustentabilidade do crescimento exacerbado da região.
Investidores estão particularmente preocupados com a capacidade de Dubai, em meio às condições atuais do mercado, de pagar sua enorme dívida externa. O emirado tomou empréstimos em grande volume para financiar seu crescimento.
Analistas financeiros acreditam também que os preços no mercado imobiliário de Dubai, que é um ímã para investimentos em toda a região, devem cair no ano que vem.
*Tradução de Gabriel Pomerancblum

