São Paulo – Os Emirados Árabes Unidos, país onde ocorre a feira Gulfood a partir deste domingo (13), é mercado de grande potencial para fornecedores internacionais de alimentos e bebidas, inclusive para reexportações. O país importou US$ 15,4 bilhões em produtos do setor em 2020 e reexportou quase um quarto, US$ 4,1 bilhões.
Os dados foram apresentados nesta sexta-feira (11), em reunião virtual, a empresas brasileiras que estarão na Gulfood em espaço organizado pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira. O gerente trainee de Inteligência de Mercado, Marcus Vinícius, informou que, no comércio global, os Emirados são o segundo maior importador árabe de alimentos.
Os países que mais compram produtos de reexportação dos Emirados Árabes Unidos são Irã, Arábia Saudita, Omã, Kuwait, Iêmen, Iraque, Índia, Bahrein, Paquistão, Somália, Jordânia, Afeganistão, Quênia e Estados Unidos, em ordem decrescente. Os produtos mais reexportados são castanhas, leite e creme de leite, chocolates, bebidas alcoólicas, frutas cítricas, preparações alimentares, nozes, legumes e vegetais secos, doces e maçãs.
O executivo da Câmara Árabe também lembrou aos participantes da Gulfood o quão promissor é o próprio mercado interno dos Emirados em consumo de alimentos, movimentado não só pela população nativa. “Nesse país tem grande nicho de população internacional alocada”, afirmou ele, lembrando que há tanto estrangeiros que vivem e trabalham no país como os que o visitam a turismo. “As oportunidades são imensas para exportar”, falou.
Marcus deu ainda outras dicas a serem levadas em conta por quem tem interesse de vender alimentos e bebidas aos Emirados Árabes, como a importância da certificação halal e o crescimento das vendas por e-commerce na região. O executivo apresentou aos empresários brasileiros os nomes de algumas plataformas de comércio digital que atuam no Oriente Médio e Norte da África, como Souq, Noon, Namshi e Jumia.
Negociação
Os empresários também receberam informações a levar em conta na negociação com os árabes, como dias da semana, idioma usado, os tipos de refeições a oferecer, os tempos das transações comerciais, os assuntos preferidos, as formas de contato que eles privilegiam, entre outros. Segundo Marcus, as negociações com os árabes costumam ser mais demoradas, mas quando fechadas, eles se mostram clientes fiéis.
Questões práticas da Gulfood e as regras desta edição em função da pandemia de covid-19 também foram assunto do encontro. Neste ano será a primeira vez que a Câmara Árabe terá dois espaços na mostra, um no corredor central e outro na área de proteínas. Oito empresas brasileiras vão participar nos estandes organizados pela entidade: Almina, Golden Agri Resources (Gar), Nutrire, Stefenoni, O Primo Logística, BRF Foods GMBH, Tropicool e Dinda.
Participaram do encontro preparatório, pela Câmara Árabe, a diretora de Conteúdo e Marketing, Silvana Gomes, a diretora de Novos Negócios, Daniella Leite, o diretor do Escritório em Dubai, Rafael Solimeo, a diretora de Relações Institucionais, Fernanda Baltazar, e a analista de eventos sênior, Daniela Inoue, entre outros profissionais. A presença das empresas na Gulfood será apoiada pela equipe da entidade em Dubai e por alguns profissionais que viajam do Brasil, entre eles o secretário-geral e CEO da Câmara Árabe, Tamer Mansour.