São Paulo – A companhia aérea Emirates vem adaptando sua operação desde o início da pandemia do novo coronavírus. A empresa decidiu suspender a maioria de seus voos comerciais de passageiros a partir de 25 de março. As operações de carga serão mantidas. A dnata, empresa do grupo Emirates que faz operação e serviços aeroportuários, reduziu significativamente as operações, inclusive suspendendo temporariamente as atividades em alguns locais onde a demanda é baixa. O grupo também implementou redução salarial básica para a maioria dos funcionários por três meses, segundo eles, para não reduzir os empregos. A nota foi divulgada pela companhia neste domingo (22).
A companhia aérea quis manter os voos de passageiros pelo maior tempo possível para ajudar os viajantes na volta para casa em meio a um número crescente de restrições e bloqueios de países em todo o mundo. A Emirates mantém voos de carga internacional vitais para economias e comunidades, com sua frota de cargueiros Boeing 777 fazendo o transporte de bens essenciais, incluindo suprimentos médicos em todo o mundo.
A dnata também reduziu significativamente suas operações, incluindo o fechamento temporário de alguns escritórios em sua rede internacional, devido à redução drástica nos voos ou encerramento completo de serviços de companhias aéreas. A empresa oferece serviços de bordo, assistência em terra, frete e viagem para diversas linhas.
O presidente e diretor executivo do grupo Emirates, Ahmed bin Saeed Al Maktoum, disse em nota que “esta é uma situação de crise sem precedentes em termos de amplitude e escala”.
“Como companhia aérea de rede global, nos encontramos em uma situação em que não é viável operar serviços de passageiros até que os países reabram suas fronteiras e a confiança nas viagens retorne. Até quarta-feira (25), embora ainda operemos voos de carga, a Emirates vai suspender temporariamente a maior parte de suas operações de passageiros. Continuamos acompanhando a situação de perto e, assim que pudermos, restabeleceremos nossos serviços”, disse Maktoum.
A companhia recebeu solicitações de governos e clientes para apoiar o repatriamento de viajantes. Com isso, a Emirates continuará a operar voos de passageiros e de carga para os seguintes países e territórios até segunda ordem, enquanto as fronteiras permanecerem abertas e houver demanda: Reino Unido, Suíça, Hong Kong, Tailândia, Malásia, Filipinas, Japão, Cingapura, Coréia do Sul, Austrália, África do Sul, Estados Unidos e Canadá.
A situação permanece dinâmica e os viajantes podem verificar o status dos voos no site da companhia. “O grupo Emirates tem um saldo sólido e liquidez de caixa substancial, e podemos sobreviver por um período prolongado de programação reduzida de voos, para que estejamos adequadamente preparados para o retorno à normalidade”, disse Maktoum.
Redução de salários
O grupo Emirates adotou uma série de medidas para conter custos, que incluem o adiamento ou cancelamento de despesas eletivas; o congelamento de todo o trabalho não essencial de recrutamento e consultoria; incentivo aos funcionários para que tirem férias remuneradas ou não remuneradas; a redução temporária do salário básico para a maioria dos funcionários do Grupo Emirates por três meses, variando entre 25% e 50% de redução. Os funcionários continuarão a receber seus outros subsídios durante esse período – funcionários de nível júnior estarão isentos da redução salarial básica.
Os presidentes da Emirates e da dnata, Tim Clark e Gary Chapman, terão um corte de salário básico de 100% por três meses.
“Em vez de demitir os funcionários, optamos por implementar um corte salarial básico temporário, pois queremos proteger nossa força de trabalho e manter nosso pessoal pelo tempo que pudermos. Queremos evitar o corte de empregos. Quando a demanda aumentar novamente, também queremos poder acelerar e retomar rapidamente os serviços para nossos clientes”, disse Maktoum.