São Paulo – A Emirates, companhia aérea sediada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, reportou na quinta-feira (11) lucro líquido de US$ 340 milhões no último ano fiscal, encerrado em 31 de março. Segundo informações do site Gulf Business, o resultado ficou 82% inferior ao do período anterior, devido ao “aumento implacável” do dólar frente ao dirham.
Foi a primeira vez que a empresa dos Emirados Árabes Unidos registrou redução do lucro de um ano para o outro desde o ano fiscal 2011-2012. Além da questão cambial, a empresa citou uma série de “eventos desestabilizadores”, em especial o Brexit (decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia) e as restrições que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aplicou nos voos que chegam àquele país com origem em países do Oriente Médio.
Embora o lucro tenha caído, as receitas permaneceram estáveis em US$ 23,2 bilhões, ao passo que o número de passageiros transportados cresceu 8%, para 56,1 milhões, um recorde. A companhia aérea gastou US$ 5,7 bilhões com combustível no ano fiscal, aumento de 6% sobre o ano anterior – embora, na média, o preço por litro tenha caído ligeiramente. O combustível representou 25% do total dos custos da Emirates, contra 26% no ano fiscal anterior.
Segundo o xeque Ahmed bin Saeed al-Maktoum, presidente da Emirates, a companhia aérea projeta mais um ano desafiador para seus negócios. Nos últimos dois anos as empresas do setor sediadas no Oriente Médio registraram crescimento mais lento, influenciadas por fatores como aumento do terrorismo e redução nos orçamentos da população local, provocado pela queda no preço do petróleo no mercado internacional.
Em declaração para o Gulf Business, o consultor especializado no mercado de aviação, o britânico John Strickland, afirmou esperar que a Emirates “mantenha um controle mais rígido sobre seu crescimento de capacidade no curto e médio prazo”. Em dezembro, a Emirates adiou a entrega de 12 unidades do Airbus 380, avião com grande capacidade de passageiros.