São Paulo – Os imigrantes árabes ajudaram a movimentar o mercado formal de trabalho no Brasil no segundo trimestre deste ano. Dados do Ministério do Trabalho informam que 122 pessoas de países árabes conseguiram vagas de emprego no Brasil entre os meses de abril e junho deste ano. A quantidade de demitidos, porém, foi maior, de 131 trabalhadores, o que gerou saldo negativo de nove vagas no período.
Se levadas em todas as nacionalidades, não apenas de países árabes, o mercado de trabalho brasileiro teve saldo positivo de 2.406 vagas para os imigrantes no segundo trimestre deste ano. O número é resultado da diferença entre admissões e demissões, com quantidade maior de admitidos, mas é menor do que o registrado no primeiro trimestre deste ano, quando o saldo positivo de vagas estava em 3.452.
Entre os países árabes, a nacionalidade que teve maior registro de admissões e demissões no Brasil foi a síria. Foram 35 sírios que conseguiram uma vaga de trabalho no País de abril a junho e 44 demitidos. Em segundo lugar estiveram os marroquinos, com 26 contratações e 18 demissões, e em terceiro os imigrantes da Mauritânia, com 13 admissões e 15 desligamentos. Entre estes três, apenas os marroquinos tiveram mais contratações que demissões, com saldo positivo de oito vagas.
Também participaram do mercado de trabalho brasileiro no segundo trimestre deste ano, com entrada ou saída em empregos, imigrantes árabes da Argélia, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Iraque, Jordânia, Líbano, Sudão, Tunísia, Omã e Somália. No caso de Emirados, foi registrada apenas uma demissão e no caso de Omã uma admissão.
Material divulgado no começo de setembro pelo Ministério do Trabalho com os dados gerais aponta que o número de emissão de carteiras de trabalho para imigrantes deu um salto do primeiro trimestre deste ano para o segundo, de 11.160 para 16.255. O maior número de emissões foi para venezuelanos. Os dados incluem todos os imigrantes, inclusive refugiados.
Os venezuelanos figuraram em segundo lugar na absorção dos postos de trabalho por imigrantes no Brasil de abril a junho. Em primeiro lugar ficaram os haitianos. Os dados disponibilizados pelo MT são do relatório trimestral apresentado pelo Observatório das Migrações Internacionais (Obmigra) ao Conselho Nacional de Imigração (CNIg), que usa os bancos de dados da Carteira de Trabalho e Previdência Social e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
No material divulgado, o coordenador-geral de Imigração (CGIg) do Ministério do Trabalho, Hugo Gallo, disse que os números são reflexo da atual realidade migratória no Brasil. “Houve um momento em que o grande fluxo de entrada foi dos haitianos, logo após o terremoto que devastou o país. Agora, estamos vendo uma grande entrada dos venezuelanos. Isso promove reflexos no mercado de trabalho”, diz. As demais nacionalidades têm presença pequena, segundo ele.