São Paulo – O diretor geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder, advertiu nesta terça-feira (29) que a fraca recuperação econômica mundial deve aumentar a pressão sobre o desemprego. O executivo falou sobre o tema ao Conselho de Administração da OIT.
Ele citou os números do Fundo Monetário Internacional (FMI) a respeito do crescimento econômico mundial. O organismo previa avanço de 3,2% neste ano, mas revisou sua projeção para 2,9%, que é a taxa mais baixa desde 2010. Para 2014, a estimativa caiu de 3,8% para 3,6%.
“Esta revisão das projeções reflete as dificuldades enfrentadas pelos principais componentes das economias avançadas, emergentes e em desenvolvimento. Além disso, reflete a difícil situação enfrentada pelas empresas e pelos trabalhadores na economia real”, disse Ryder.
Segundo ele, uma série de fatores agravará a situação mundial do emprego, entre eles os níveis altos de desemprego, a estagnação de salários em vários países, o investimento privado ainda abaixo do que era praticado antes da crise e o setor público com pressão para cortar gastos. A previsão é de que o desemprego juvenil permaneça alto em muitas regiões e que o trabalho informal continue aumentando, contribuindo para o aumento das desigualdades em muitos países, segundo Ryder.
Ele observou, no entanto, que diversos países emergentes demonstraram maior resistência em relação a crises anteriores e que algumas nações europeias que foram bem afetadas pela crise econômica devem voltar a crescer novamente. “Mas, fundamentalmente, existe uma compreensão crescente no mundo sobre a importância de conceder maior prioridade às estratégias centradas no emprego”, indicou Ryder.


