Isaura Daniel
São Paulo – A Global Guiders, trading com sede no Brasil que participa da 51ª Feira Internacional de Damasco, está negociando a formação de uma joint-venture para abertura de uma fábrica brasileira na Síria. A trading está intermediando as conversas entre uma empresa brasileira e empresários sírios interessados em fechar a parceria.
Apesar de ainda manter em sigilo o nome dos envolvidos na transação, ontem mesmo (08) representantes da Global Guiders visitaram as instalações da indústria síria. Já ficou acertada a remessa dos primeiros produtos brasileiros para testar o mercado do país.
A Global Guiders está em Damasco como expositora no estande montado pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB).
As outras empresas do Brasil que participam da mostra também começaram a colher resultados. A Corgett, que integra o espaço City Hall, montado pela Prefeitura de Santo André com indústrias locais dentro do estande brasileiro, conseguiu um distribuidor no país.
A Corgett é fabricante de semi-jóias. O distribuidor vai atuar no Líbano, Síria, Palestina, Jordânia e Iraque e também tentará abrir o mercado do Norte da África.
O estande brasileiro está tendo uma boa procura, de acordo com o gerente de planejamento estratégico da CCAB, Luís Waki, que está em Damasco. Diariamente entram no local cerca de 50 visitantes. Os contatos comerciais com possibilidade de negócios futuros já estavam na casa dos 70 até ontem.
Uma das atrações, no espaço, é a degustação do café Pelé fabricado pela empresa Cacique. A maioria dos visitantes elogia o gosto do café brasileiro. O café é o segundo produto mais exportado pelo Brasil para a Síria. Entre janeiro e julho deste ano, os brasileiros faturaram US$ 12,6 milhões com venda de café para os sírios.
Iraque
Segundo Waki, também está havendo uma grande procura de mercadorias brasileiras por parte de empresários do Iraque. Eles chegam no espaço atrás de produtos como autopeças e equipamentos médico-hospitalares. Há ainda empresários sírios e de outros países interessados em fornecedores brasileiros de setores que não estão no estande, como papel e celulose e máquinas de envase. Os representantes da CCAB que participam da feira estão encaminhando os pedidos ao Departamento de Comércio Exterior da entidade.
Também participam da feira as empresas brasileiras Amazonas, fabricante de componentes para calçados, a Beraca Sabará, de ingredientes para cosméticos, a Techseal, de vedações de borracha, e a Corgett, de semi-jóias. Está presente também o Sindicato de Metal-Mecânica do Paraná (Sindimetal), prospectando negócios para suas associadas.
Visitas ilustres
Desde a última sexta-feira, quando a feira abriu as portas, o estande brasileiro já recebeu personalidades ilustres. Na terça-feira (7), o primeiro-ministro da Síria, Mohamed Naji Otri, esteve no local. No domingo (5), no final da tarde, o ministro de Economia e Comércio do país, Ghassan Al-Rifai, conversou com os empresários brasileiros. De acordo com a assessora da CCAB, Carla Nabhan, que está no país, o ministro ressaltou o crescimento da parceria comercial entre o Brasil e a Síria.
O diretor geral da Feira Internacional de Damasco, Imad Al-Zoubi, também falou ontem, em uma reunião com empresários, sobre a participação do país na mostra. Ele disse que a presença brasileira é importante já que o povo da Síria se identifica muito com a cultura do Brasil.
Um total de 5.208 expositores de 55 países participam da Feira de Damasco. Entre eles, 14 são de países árabes. A mostra segue até o dia 12 de setembro. Os expositores brasileiros têm apoio do Ministério de Relações Exteriores.

