São Paulo – Uma empresa de design de móveis fundada há dois anos pelo empresário Sidnei Santos (foto), de Taubaté, interior de São Paulo, quer conquistar o mundo árabe.
Santos tem um centro automotivo em Taubaté há sete anos, o Total Oficina. Lá, ele oferece serviços de manutenção, funilaria e pintura para carros, máquinas agrícolas e caminhões. A Total Design Art surgiu daí. “Um cliente apareceu na oficina com um fusca dos anos 1960 batido, a lateral do carro amassou e ele não quis arrumar, mas trocar o para-choque. Eu troquei a peça para ele e guardei o para-choque original, depois restaurei e criei o sofá-fusca”, lembrou Santos. “Quando postei as fotos do sofá-fusca, ele viralizou, daí vi que tinha esse mercado para atender”, relatou.
Dali em diante, o empreendedor começou a guardar as peças em desuso de carros e caminhões em um galpão. De descartes, elas se tornaram matéria-prima para os móveis de luxo. Hoje, Santos trabalha também com peças de motocicletas, iates, aviões e carros da Stock Car, com uma equipe de cerca de dez pessoas. São fabricadas mesas, cadeiras, poltronas, sofás, luminárias e lustres, além de objetos de decoração.
Segundo ele, o público-alvo da empresa é de classe média-alta, artistas, músicos, políticos, jogadores de futebol e amantes de automobilismo, motociclismo, aviões e barcos.
Uma mesa de centro feita de uma fatia de um tronco de árvore com um leme de iate custa R$ 12 mil. Uma pirâmide feita de placas eletrônicas que acende à noite vale R$ 15 mil. Um home theater automatizado feito com o capô de um Landau, carro dos anos 1970, custa R$ 70 mil.
O projeto artístico rendeu o reality show “Do Lixo ao Luxo”, que Santos está produzindo e tentando vender para canais especializados, como History Channel, Discovery e Netflix. No programa, ele mostra todo o processo de resgate desses materiais e ressalta a importância da sustentabilidade na fabricação dos móveis com as peças restauradas. “Criei o projeto e mirei na Lua, quero atingir o topo mais alto, se alcançar as estrelas, já estou no lucro”, enfatizou.
Santos se associou à Câmara de Comércio Árabe Brasileira para abrir a empresa para o mercado internacional e pretende passar uma temporada em Dubai, para explorar os carros abandonados do cemitério de carros luxuosos do emirado. “Esse cemitério de carros de Dubai tem milhares de carros como Lamborghini, Ferrari, Porsche e Maserati, são casos de empresários que compram os automóveis e vão à falência e saem do país; alguns carros são leiloados, mas a maioria fica lá a céu aberto estragando. Quero cortar uma Ferrari no meio, transformar isso em arte, fazer móveis e peças de decoração para os xeques”, disse Santos.
Ele disse saber que este é um projeto audacioso. “Mas é isso que eu quero e estou correndo atrás”, enfatizou. Ele pretende abrir uma galeria de arte em Dubai, e de São Paulo, onde reside e mantém escritório, quer trabalhar junto à Mercedes, também associada à Câmara Árabe, utilizando peças em desuso da montadora alemã. “Quero levar meu acervo para Dubai e criar mais peças lá, e quero filmar o meu reality lá também, acredito que um a dois meses serão suficientes”, projetou.
Santos também tem planos de abrir uma galeria em Miami, nos Estados Unidos. A Total Design Art já vendeu cerca de quarenta peças para clientes de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, tem outras 70 prontas e continua produzindo.
Com o projeto de vender para fora do Brasil, ele está de olho nos árabes. Sobre a associação à Câmara, Santos disse que espera que as portas para o mundo árabe sejam abertas com mais facilidade. “Que a Câmara [Árabe] me dê o suporte para mostrar e realizar o meu trabalho lá”, disse. A reportagem perguntou se Santos tinha o sonho de vender suas peças para alguém específico. “Sim, quero vender para um xeque, qualquer um, sem restrições”, brincou.
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Total Design Art
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