São Paulo – As bonecas, balões, bailarinas, galinhas e luminárias confeccionados no Armazém do Artesão, em Paraty, no estado do Rio de Janeiro, já chegaram às mais diversas partes do mundo. A maioria das peças é levada por turistas estrangeiros, principalmente europeus, que visitam a cidade. A marca, que tem uma loja própria e vários pontos-de-venda espalhados pelo estado do Rio, agora prepara estratégia para embarcar suas peças de artesanato diretamente para o mercado externo.
“O artesanato brasileiro faz muito sucesso lá fora, mas conseguir o contato com as pessoas certas é sempre o mais complicado. Nossa meta é fechar negócios direto com importadores e distribuidores”, afirma José Carlos Ferreira, artesão e um dos sócios do Armazém. Segundo ele, uma alternativa é enviar o artesanato via o programa Exporta Fácil dos Correios.
De acordo com Ferreira, a proprietária do imóvel onde está instalada a loja da marca também é sócia do negócio e costuma participar de feiras internacionais em Ipanema, Flamengo e Santa Tereza. “O Rio transpira artesanato e vive lotado de turistas estrangeiros”, destaca. “Quem se interessar é só entrar em contato que podemos mandar amostras, catálogos, tudo o que for necessário para divulgar nosso trabalho", garante.
Outra ferramenta para apresentar as peças produzidas pelo Armazém do Artesão é a criação de um site – ainda em desenvolvimento, que irá permitir o acesso às fotos dos produtos, informações sobre a empresa, sobre os três artesãos e também a solicitação de encomendas. Hoje a produção média da empresa é de cerca de 300 peças por semana, mas pode ser aumentada de acordo com a demanda.
A principal matéria-prima de Ferreira é a cabaça, decorada com resina vegetal modelada à mão e tinta em alto relevo. Para quem não sabe, a cabaça é o fruto de uma planta chamada cabaceira, têm um casco duro, é oca por dentro e não é comestível. “Temos vários fornecedores, mas os que produzem as cabaças mais bonitas – pelo cuidado com o manejo das plantas, são os produtores do Norte”, garante.
Não se sabe ao certo a origem da planta. O fato é que quando os portugueses chegaram ao Brasil encontraram os índios carregando cabaças com tintas, água e sementes. No fruto ainda verde, cada tribo desenhava traços específicos, representando sua etnia, e transformava as cabaças em moringas, bolsas, chocalhos e até brinquedos para as crianças. Algumas tribos cobriam seu exterior com desenhos geométricos, muitas vezes recorrendo à pirogravura (gravação com fogo).
Hoje em dia não é diferente. Do Pará ao Rio Grande do Sul o fruto da cabaceira é usado para as mais diversas utilidades. Da música à decoração, passando pelos utensílios domésticos, vários artistas escolhem a cabaça como matéria-prima para um artesanato criativo e original.
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José Carlos Ferreira
E-mail: jcarlos.1956@gmail.com
Telefone: +55 (24) 3371.8503

