São Paulo – A Euromed, empresa egípcia que fabrica produtos para anestesia e cirurgia, acaba de fechar um novo contrato com seu distribuidor no Brasil no valor de US$ 5 milhões. A companhia árabe possui parceria com a importadora Labor Import desde 2008 e espera que, em quatro anos, os negócios com o Brasil possam alcançar um valor dez vezes maior.
"Estamos negociando, durante esta viagem, o registro de mais produtos [na Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa] porque adaptamos a maioria dos nossos produtos para atenderem aos requisitos do mercado brasileiro. Nosso objetivo é alcançar, em quatro anos, US$ 50 milhões no mercado brasileiro", declarou Wael Reda Abdou, vice-presidente de Negócios Internacionais, em entrevista à ANBA, durante sua visita a São Paulo.
O contrato fechado com a Labor Import foi para a distribuição, durante o ano de 2011, das seringas hipodérmicas fabricadas pela Euromed. Atualmente, a empresa produz, em sua fábrica de 23 mil metros quadrados, na cidade do Cairo, 14 tipos de produtos hospitalares, dos quais três já possuem registros na Anvisa. Além das seringas, também estão autorizados para comercialização no mercado nacional os catereres intravenosos e os catereres intravenosos com dispositivo de segurança.
Abdou conta que novas vendas devem ser feitas para o Brasil ainda este ano. "Estamos negociando um novo contrato com o mesmo distribuidor para diferentes produtos e estarei de volta em dezembro para finalizar tudo", relata. Para ele, o controle exercido pela Anvisa sobre os produtos médicos no Brasil torna o país um mercado atraente para sua empresa.
"A competição no Brasil é justa porque a Anvisa é um órgão muito sofisticado para o registro de produtos médicos. Quem quiser entrar no mercado brasileiro precisa ter boa qualidade e isso significa boa matéria-prima, bom desempenho, bom controle de qualidade", declara.
Hoje, a Euromed exporta 75% de sua produção, do qual apenas 8% vêm para o Brasil, mas Abdou acredita em um grande crescimento nesse percentual. "Nossos planos são de que o mercado brasileiro consuma 30% de nossos produtos", afirma.
A empresa egípcia exporta seus equipamentos para 36 países em todo o mundo. Na América Latina, o Brasil é seu maior mercado, mas ela possui clientes também no Chile e em Honduras, além de estar registrando seus produtos para vendas na Argentina, Colômbia e Bolívia.
Para aumento do comércio
Durante a entrevista, Abdou, que também é membro do Conselho de Negócios Brasil-Egito, disse que seu país está trabalhando para aumentar o intercâmbio comercial entre as partes, a partir da assinatura do tratado de livre comércio entre o Mercosul e o país árabe, realizada no início de agosto deste ano, conforme noticiado pela ANBA.
Ele conta que o órgão está realizando um trabalho de conscientização entre os empresários egípcios para que estes voltem seus interesses ao Brasil. "Vamos estabelecer programas para colocar o Brasil como destino principal para os empresários egípcios importarem, exportarem ou investirem", declarou.
"Temos setores com um importante potencial, como o farmacêutico, o moveleiro e o de equipamentos médicos. Estamos conscientizando sobre o acordo, sobre o mercado brasileiro e, é lógico, a Câmara de Comércio Árabe Brasileira está no ajudando nesta questão, nos suprindo com dados e participando nas feiras mais importantes", explicou.
Segundo Abdou, entre as ações de promoção do mercado brasileiro no Egito estão o incentivo para viagens de empresários ao Brasil e sua participação nas principais feiras brasileiras de diversos setores.