Alexandre Rocha
São Paulo – A Agromon S/A, empresa do grupo carioca MPE, vai investir cerca de R$ 30 milhões na Fazenda Malu, em Ribeirão Cascalheira (MT), para ampliar a produção de soja não-transgênica para exportação. Deste total, R$ 16,1 milhões serão financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Hoje a Agromon tem na Fazenda Malu (de 45 mil hectares) 6 mil hectares plantados de soja. A idéia é aumentar para 18 mil hectares a área de lavoura do grão em dois anos.
“Nosso principal comprador de soja é a Noruega, que exige a soja não-transgênica”, disse à ANBA o diretor de agribusiness do Grupo MPE, Luiz Antônio da Cunha Pinto.
Além da abertura de novas áreas para o cultivo, de acordo com o BNDES, a empresa vai abrir 3.350 hectares de pasto para a pecuária bovina, construir cinco silos para o armazenamento de grãos, além de estradas e uma ponte para o deslocamento da safra.
Cunha ressaltou, porém, que a abertura de novas lavouras não será feita às custas do desmatamento da mata nativa, mas com base na “limpeza” de áreas que anteriormente eram utilizadas para pastagem em condições menos desenvolvidas de produção.
Previsões
A Agromon, de acordo com o executivo, entrou no negócio da soja há cerca de dois anos. Este ano, a empresa espera colher 78 mil toneladas do grão, sendo que 60 mil serão destinadas à exportação.
A companhia prevê também produzir 8 mil toneladas de algodão em pluma, ou seja, já beneficiado. Os principais mercados para este último produto são a Suíça, Alemanha, Estados Unidos, Austrália e Japão.
A previsão de faturamento da companhia para 2004 é de US$ 24 milhões, sendo que 65%, espera-se, venham das exportações.
Perfil
A empresa possui outras duas fazendas em Mato Grosso, que juntas têm 100 mil hectares, com 30 mil hectares cultivados. Além da soja e do algodão, a Agromon ainda produz milho, tem 20 mil cabeças de gado e emprega 270 pessoas no estado. O BNDES acredita que, com os novos investimentos, serão gerados mais 350 empregos diretos.
O MPE é um grupo de engenharia que descobriu no campo uma boa maneira de diversificar os seus negócios. Cunha disse que o faturamento da divisão de agribusiness vem crescendo ano a ano e chegou a R$ 150 milhões no ano passado, enquanto que o setor de engenharia faturou R$ 400 milhões. Para 2004 ele aposta num crescimento de 30% na divisão de agronegócio.
“O futuro do país passa por aí”, afirmou o executivo.
Além da Agromon, o grupo MPE tem outras três empresas que atuam no setor, a Bela Joana, que produz frutas e sucos no Rio de Janeiro; a Valença, que cria camarões na Bahia; e a Carroll’s, que produz suínos. Esta última em associação com uma companhia norte-americana.
No caso do camarão, são produzidas 400 toneladas por mês, sendo que 70% desse total é exportado para a Europa, Estados Unidos e Japão.

