Tomas Chiaverini, especial para a ANBA
Manaus (AM) – Os presidentes Luis Inácio Lula da Silva, do Brasil, e Hugo Chávez, da Venezuela participam hoje (15) da abertura da 2ª Feira Internacional da Amazônia (Fiam 2004), que ocorre em Manaus para divulgar o potencial econômico da região. O objetivo é promover a aproximação entre empresas do Pólo Industrial de Manaus (PIM) e mercados de todo o mundo. Mas os organizadores do evento têm especial interesse nos países árabes.
"Consideramos o mundo árabe o nosso mercado mais promissor", disse Flávia Skrobot Grosso, superintendente da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). Para ela, existe uma grande possibilidade de aproximação entre os dois mercados, pois o Brasil é um país onde povos das mais diversas culturas e etnias convivem em harmonia.
Na Feira, promovida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, por meio da Suframa, os árabes serão representados por três instituições: A empresa Dubai Internet City, dos Emirados Árabes Unidos; a Ababou Eletronics, da Argélia; e pelo presidente do Clube dos Empreendedores e Industriários da cidade de Mitidja, também da Argélia, Abel Kader Taieb.
A princípio, os representantes das três instituições estão em Manaus para conhecer o Brasil e a Amazônia, mas a possibilidade de acordos comerciais é grande. Procurar novas oportunidades de negócios e conhecer melhor o potencial da região são também os objetivos dos demais convidados que, somando-se aos árabes, totalizam 300 entidades estrangeiras.
A fim de satisfazer essas expectativas, os 245 expositores, do Brasil e dos nove países que compõem a Pan-Amazônia, vão exibir desde produtos da mais alta tecnologia até peças de artesanato local. Nos estandes terão destaque os segmentos de manufatura, tecnologia, componentes, ensino e pesquisa, agroindústria, bioindústria e turismo.
"A realização da feira vem num momento favorável para o Pólo Industrial de Manaus, depois de um primeiro semestre em que a economia do Amazonas puxou o crescimento brasileiro, com mais de 20% de aumento em seu PIB, e o pólo industrial obteve um aumento de 32% no faturamento", afirmou o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, segundo informou sua assessoria de imprensa.
Integração e inserção
A maior parte dos debates e seminários do evento será voltada para a integração das diversas regiões amazônicas e, principalmente, para a maior inserção do Pólo Industrial de Manaus no mercado internacional.
"Com os projetos do presidente Lula para a integração física da Amazônia, como a construção de pontes e estradas, nós vamos ter um aumento do comércio bilateral com estes países (vizinhos) que estarão presentes na feira", acrescentou Furlan, que vai participar o evento. Também em Manaus está ocorrendo a reunião de ministros de Relações Exteriores da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), iniciada ontem (14).
Conquistar o mercado internacional é justamente o atual desafio do PIM, que foi criado para substituir as importações do país, quase que totalmente proibidas no mercado nacional entre a década de 1960 e o início dos anos 90.
"Quando houve a abertura nos anos 90 nós perdemos o monopólio do mercado brasileiro e tivemos que competir com produtos do mundo inteiro", disse a superintendente da Suframa. Portanto, as mais de 430 empresas instaladas no pólo, que apresentam um faturamento médio anual de U$ 10 bilhões, estão cada vez mais preocupadas com a produção de tecnologia própria.
Outro assunto que deve permear as discussões do evento diz respeito à questão ambiental. Segundo Flávia Grosso, a preocupação com a preservação do meio ambiente já estava presente na época da criação do PIM e deve se tornar cada vez maior.
Segundo ela, os investimentos em tecnologia são fundamentais para preservar a Amazônia, já que a população local encontra emprego e renda na cidade, sem ter a necessidade de buscar, na floresta, seus meios de subsistência.
Expectativas
Se as previsões dos organizadores se confirmarem, a 2ª FIAM deve superar a primeira em números. São esperados 300 visitantes estrangeiros, ante 253 no ano passado; serão 245 expositores contra 194 no ano passado; vão ser promovidos 15 seminários, ante sete na edição anterior; os participantes dos seminários devem passar de 1.957 para 2,5 mil. Segundo informações da Suframa, a primeira edição recebeu 160 mil visitantes ao todo e foram fechados US$ 1,6 milhão em contratos na rodada de negócios da feira.
Esse ano, o evento vai contar ainda com a presença do primeiro-ministro de Aruba, Nelson Orlando Oduber, entre outras autoridades.

