Da redação
São Paulo – O presidente da Associação Colombiana da Indústria de Calçados, Couro e Manufaturados (ACICAM), Luis Gustavo Florez, lidera uma comitiva de empresários colombianos que participam da Couromoda para acompanhar os lançamentos Outono/Inverno 2004 e, acima de tudo, estreitar relações com o setor coureiro-calçadista brasileiro.
"Estamos discutindo alianças com empresas brasileiras de componentes para formarmos parcerias e podermos qualificar nossas indústrias, simultaneamente à abertura de mercado para os componentes brasileiros", declarou Florez, enfatizando o avanço tecnológico e a qualidade dos produtos fabricados no Brasil.
Em 2003, a Colômbia importou 50% mais componentes brasileiros do que em 2002, aproximando-se dos US$ 18 milhões (até novembro). A indústria calçadista colombiana, segundo Florez, produz 80 milhões de pares/ano, 30% exportado, e possui uma população que consome de 65 a 70 milhões de pares/ano.
"Precisamos importar calçados para suprir a demanda interna, e um de nossos fornecedores é o Brasil. Mas também queremos produzir mais calçados para exportar para os Estados Unidos, já que temos tarifa zero para aquele país, por sermos beneficiados pelo pacto de combate ao narcotráfico iniciado pelos norte-americanos."
Substituir italianos
Em parceria com a Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex), a Associação Brasileira de Empresas de
Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) levou à Couromoda potenciais compradores colombianos e equatorianos, que têm participado de dezenas de rodadas de negócios diariamente.
Um dos compradores é Alexander Delgado Hoyos, que representa cinco empresas calçadistas da Colômbia, com capacidade de produção de 25 mil pares/dia de calçados femininos. "Vim ao Brasil em busca de saltos, solados e máquinas, mas encontrei muito mais, como metais, enfeites, plantas de EVA, além de lixas e escovas", destaca o visitante.
Ele já encaminhou o pedido de várias amostras e aguarda a resposta do cálculo de impostos para fechar pedidos. "Na comparação, o preço dos componentes e maquinários italianos é três vezes maior que os brasileiros, com qualidade e tecnologia iguais", salienta Alexander.
A presença da Assintecal também tem a parceria do Sebrae e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), e reúne, além do Projeto Comprador, a pesquisa Referências Brasileiras, a mostra de protótipos de Lino Villaventura, Alexandre Herchcovitch, Amir Slama, Jotta Sybbalena e Walter Rodrigues e a presença de cerca de 40 empresas expositoras.