São Paulo – Azeite, vinhos, atum enlatado, saladas em conserva, tâmaras e outros doces. Diversos alimentos produzidos na Tunísia foram apresentados por exportadores do país árabe a empresários brasileiros como uma forma de ampliar o fluxo comercial bilateral. A degustação antecedeu reunião do Conselho Empresarial Brasil-Tunísia na tarde desta quarta-feira (26), no Hotel Renaissance, em São Paulo.
“São produtos tradicionais na Tunísia, que fazem sucesso no mercado internacional, já exportados para os Estados Unidos e Canadá. Tem azeite com pimenta, com alho, azeite puro e azeite trufado”, explicou à ANBA Anis Ben Amor, empresário tunisiano que vive há alguns anos no Brasil e representa marcas de produtos de seu país. Seu objetivo é ampliar a importação: “Buscamos grandes distribuidores para aumentar nosso alcance.”
Uma das novidades é a salada em conserva, armazenada em potes de vidro que ampliam o prazo de validade em até três anos. “É um produto muito popular na Tunísia e agora no mundo também, uma mistura de pimenta verde com alho e tomate. Tem mercado grande aberto na Europa, no Canadá”, afirmou o empresário, que também mostrou pimentas típicas do país africano.
Dhouha Mizouni Chtourou, CEO da Slama Huiles, apresentava aos interessados as qualidades do azeite Oleiva, produzido na Tunísia e exportado para Canadá, Alemanha, Japão, China, Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos, dentre outros mercados. “É a nossa primeira vez no Brasil. Estamos procurando um parceiro para promover o produto no mercado brasileiro”, contou à reportagem.
Além do azeite, a empresária expunha tâmaras e doces típicos – que fizeram muito sucesso entre os participantes da degustação.
Reunião
Ampliar o fluxo comercial da Tunísia para o Brasil – e vice-versa – foi um dos pontos levantados pelos integrantes do Conselho Empresarial Brasil-Tunísia, em sua sétima reunião. “O Conselho foi criado para facilitar a relação empresarial, fornecendo informações, contatos e facilitando acordos para negócios entre as duas partes”, disse Rubens Hannun, presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira e da parte brasileira do Conselho.
Hassine Bouzid, presidente do conselho pelo lado do país árabe, destacou que o comércio entre os dois países caiu bastante e é preciso buscar novos produtos e setores. “Precisamos pensar também além da balança comercial, buscar uma parceria industrial entre Brasil e Tunísia. São vários os setores que podemos discutir, como o automotivo ou o de aviões”, afirmou Bouzid.
O tunisiano sugeriu também a agregação de um representante do setor de turismo da Tunísia ao Conselho, sugestão aceita por unanimidade pelos integrantes em votação proposta por Hannun.
Aos integrantes foi proposta também a criação de um grupo de trabalho nos dois países para identificar, entre os setores, os principais entraves ao comércio e possíveis ações. As reuniões desses grupos seriam mensais e, a cada dois meses, os dois lados se reuniriam em videoconferência para alinhar as discussões. Ao mesmo tempo, cada grupo acompanhará, junto aos governos, o andamento dos acordos em negociação.
A reunião ratificou ainda o desejo de organizar uma missão de empresários brasileiros para a Tunísia ainda este ano, provavelmente no último trimestre.