Da redação
São Paulo – Empresas nacionais e estrangeiras instaladas no País anunciaram investimentos de US$ 76,780 bilhões no ano passado. O volume é 71,2% superior ao registrado em 2002, segundo informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Segundo o secretário de Desenvolvimento da Produção do Ministério, Carlos Gastaldoni, este crescimento é um indicativo de que o Brasil recuperou a credibilidade. “Ele mostra que nós estamos prontos para receber investimentos e que está na hora de o Brasil ser visto lá fora”, declarou em nota do Ministério.
Gastaldoni lembrou que o volume de investimentos ainda não alcançou os patamares de anos anteriores como 1999 e 2000, mas revelam que foi reetabelecido um importante indicador de crescimento sustentado: os anúncios estão sendo maiores em setores com baixa capacidade ociosa, volumes expressivos de investimentos e longos períodos de maturação.
“É extremamente positivo que setores como petroquímico, papel e celulose e siderurgia estejam apresentando intenções de investimento antes dos outros porque constituem indústrias de base, que fortalecem a capacidade produtiva do País”. Estas três cadeias, juntamente com mineração, apresentaram em 2003 anúncios acima da média histórica anual.
O crescimento dos investimentos no ano foi puxado principalmente pelo setor petroquímico, que em 2002 anunciou US$ 3,6 bilhões em projetos e neste ano já chega a US$ 25,2 bilhões, uma alta de 601%. O destaque fica por conta da Petrobras, responsável por US$ 16,3 bilhões deste total – o volume será investido até 2007, mas foi contabilizado agora no estudo do Ministério.
Já os setores constituídos por indústrias de bens de consumo, como têxtil e confecções, alimentos, bebidas e fumo, ainda estão retraídos, por serem mais sensíveis à conjuntura econômica. Segundo Gastaldoni, estes setores, contudo, oferecem uma resposta mais ágil ao crescimento da atividade econômica e realizam investimentos de menor porte e com menor prazo de maturação.
Mudanças como expansão do crédito, queda na taxa de juros, queda na inflação e aumento da renda real podem desencadear novos anúncios nestes setores.
Gastaldoni ressaltou ainda que os números apresentados ainda não refletem a desoneração dos bens de capital, anunciada em janeiro deste ano, e que deve produzir resultados já em 2004.
O secretário afirmou também que o anúncio de investimentos neste ano deve ser superior ao verificado em 2003. Segundo ele, fatores como a votação da reforma tributária, a consolidação do PPP (Parceria Público-Privada) e a definição de marcos regulatórios para setores como energia elétrica e saneamento devem causar um impacto positivo no balanço.

