Isaura Daniel
São Paulo – Onze empresas e associações setoriais brasileiras vão participar, a partir da próxima terça-feira (15), da Feira do Cairo, no Egito, no estande organizado pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira (CCAB) e a Agência de Promoção de Exportações (Apex). Além de buscar novos negócios, as companhias nacionais vão aproveitar a mostra egípcia para lançar novos produtos e reforçar os laços com antigos clientes da região. A Feira do Cairo é uma das mais importantes do Norte da África e, normalmente, atrai importadores de vários países das redondezas, como Líbia, Argélia, Tunísia e Sudão.
A Sanmak, fabricante catarinense de máquinas, por exemplo, vai apresentar na feira uma nova selecionadora eletrônica de grãos. A empresa fabrica equipamentos que servem para separar grãos de outras cores misturados a produtos como feijão, milho ou soja.
O Egito já está entre os mais de 34 países da Ásia, América, Europa e África que importam os produtos da indústria. A Sanmak fabricou 427 máquinas no ano passado e estará representada, na mostra, pela empresa que distribui seus produtos no Egito, a Food Trading Service. A companhia participa da feira desde 2001.
A Sansuy, líder latino-americana de laminados flexíveis de PVC, chamou seus clientes e representantes da Jordânia, Iêmen e Arábia Saudita para visitar o estande brasileiro. A empresa ainda não vende diretamente para o Egito, mas tem distribuidores na Jordânia, Arábia Saudita e, em breve, terá também nos Emirados Árabes Unidos. De acordo com o consultor da Sansuy, Henri Coronfly, a companhia vai aproveitar a mostra para procurar também um representante no Egito.
A Sansuy fabrica desde laminado para confecção de embalagens e calçados até tanques para armazenamento de água e lonas para proteção de cargas.
Madeira
A Madeireira Uliana, fabricante de portas e janelas de madeira do interior paulista, é outra expositora da mostra do Cairo. Participa da feira com a intenção de abrir mercado no Egito. Atualmente, 5% das exportações da Uliana são para os Emirados e, agora, a empresa está fechando negócios também com marroquinos e argelinos. "Queremos abrir um leque grande de clientes no exterior para não ficarmos dependentes de um só mercado", explica o diretor comercial da empresa, José Arnaldo Bertola Uliana.
Também vão participar da Feira do Cairo a Double Port Importação e Exportação, do setor de alimentos, a Serra Comercial, de iluminação pública, a Bertoline, de móveis, a Asa, fabricante de alimentos e produtos de limpeza, e a Tigre, de tubos e conexões em PVC.
A Associação Brasileira das Indústrias de Carnes Industrializadas (Abiec), a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef) e a Central Islâmica Brasileira de Alimentos Halal (Cibal), além de promover degustação de carne, vão apresentar, no estande, como é feito no Brasil o abate halal, método de que segue as regras muçulmanas.
O estande brasileiro, onde ficarão as empresas nacionais, terá 200 metros quadrados. "É a nossa maior participação em número de empresas e tamanho do estande", diz o secretário-geral da CCAB, Michel Alaby, que vai representar a entidade no local, ao lado de outros dois profissionais de comércio exterior. A participação também tem o apoio da embaixada brasileira no Cairo.
É o sétimo ano consecutivo que a CCAB monta estande na mostra. Neste ano serão feitos anúncios no jornal egípcio Al Ahram, o maior do país, com tiragem diária de 1,5 milhão por dia, e catálogo oficial da feira para atrair importadores ao estande brasileiro. Alaby está confiante no sucesso da participação brasileira. "Estamos levando empresas de todos os portes, pequenas, médias, grandes", diz.
A feira, que está em sua 38ª edição, termina no dia 25 de março. Além de exposição de produtos de vários setores, a mostra terá uma série de palestras como temas como segurança alimentar, petróleo e oportunidades de investimentos. As inscrições para participar da mostra no estande brasileiro já foram encerradas.
Reunião
Além de participar da feira, o grupo de empresários brasileiros também terá, no dia 21 de março, uma reunião do Conselho Empresarial Egípcio-Brasileiro com a Associação de Empresários Egípcios. Um dos temas do encontro será como aumentar as exportações egípcias para o Brasil. Entre os produtos que o Egito tem interesse em vender para o Brasil, de acordo com Alaby, estão petroquímicos, fertilizantes, produtos farmacêuticos, tapetes e carpetes, cristais, móveis, alguns tipos de alimentos, artesanato, artigos para presentes, confecções masculinas e femininas em algodão, componentes eletrônicos e autopeças."Vamos discutir como ajudá-los a vender para o Brasil", diz Alaby.
Também serão tratados outros temas, como o estágio atual da integração comercial entre os dois países, os indicadores da economia brasileira, o acordo de preferências tarifárias que está em negociação entre o Brasil e o Egito, as atividades voltadas para o setor privado que ocorrerão durante a cúpula de países sul-americanos e árabes, além da Semana Egípcia em São Paulo, programada para ocorrer no mês de setembro. Vão participar do encontro, além de diretores da associação egípcia, o coordenador do Conselho pelo lado egípcio, Ashraf El-Attal, a representante do Ministério de Relações Exteriores do Egito para as Américas, Shadia Farrag, e o embaixador do Brasil no Cairo, Elim Dutra.
Feira do Cairo
15 a 25 de março
www.cairofair.com

