São Paulo – Os Emirados Árabes Unidos estarão no foco das ações do programa de promoção das exportações de biscoitos, massas alimentícias, pães e bolos industrializados do Brasil a partir de agosto deste ano. O projeto é levado adiante pela Abimapi, associação do segmento, com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), que trabalham juntas para fomentar a inserção no mercado internacional das empresas da área.
Já são feitas ações na região do Oriente Médio, como a promoção da participação das indústrias do segmento na Gulfood (foto acima), feira de alimentação que ocorre em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Na próxima edição da mostra, que será entre os dias 17 e 21 de fevereiro deste ano, a Abimapi e a Apex-Brasil levam oito empresas integrantes do projeto como expositoras: Bauducco, Casaredo, Cory, Itamaraty, Marilan, M. Dias Branco, Selmi e Seu Ninico.
O programa de fomento às exportações é renovado a cada dois anos. No biênio que vigora atualmente, o país árabe que faz parte do grupo foco das ações é a Arábia Saudita. No biênio que começará em agosto e vai até 2021, os Emirados estarão entre os países foco, junto com Estados Unidos, Portugal, China, Colômbia, Nigéria e África do Sul. Os destinos são escolhidos com base em dados de mercados da Apex-Brasil e na experiência das empresas.
O diretor internacional da Abimapi, Rodrigo Iglesias, cita como fatores favoráveis aos Emirados o fato de ser um polo logístico e de distribuição, ter um dos ambientes de negócios mais ocidentalizados da região e a facilidade de deslocamento até o país. “É possível atingir todos os mercados da região pelos Emirados”, afirma Iglesias. Ele conta que em 2016 uma empresa do projeto setorial fez negócio com o país, em 2017 foram três e em 2018 foram cinco.
A ideia é que, colocando os Emirados como foco, o relacionamento seja fortalecido. Estão previstas algumas iniciativas voltadas ao país, como ações de negócios na Gulfood e na Expo 2020, ambas nos Emirados no ano que vem. A Expo 2020 é uma exposição mundial que dura seis meses e nela o Brasil terá um pavilhão. Na Gulfood deste ano serão levados cinco importadores, um do Líbano e os demais da América Latina. Haverá rodada de negócios e agenda com eles para aprofundamento de relacionamento com as empresas brasileiras.
Com a Arábia Saudita entre os destinos do projeto Abimapi-Apex-Brasil desde 2017, as empresas integrantes conseguiram aumentar as vendas ao país. Há dois anos as exportações eram US$ 44 mil e no ano passado ficaram em US$ 113 mil. O crescimento foi de 160%. De acordo com Iglesias, valor se refere às associadas da Abimapi que participam do projeto de exportação, mas também representam o total das vendas nacionais.
Para o Oriente Médio e Norte da África (Mena), as empresas do projeto exportaram US$ 1 milhão em 2018 contra US$ 1,7 milhão em 2017. Rodrigo Iglesias conta a queda ocorreu em função de problemas com o Norte da África, como a interrupção das compras da Líbia e barreiras estabelecidas pela Argélia. O valor representou cerca de 90% das vendas brasileiras como um todo, no segmento, para a região. As exportações gerais de indústrias do projeto somaram US$ 89 milhões no ano passado e as nacionais do setor US$110 milhões.