São Paulo – Os produtos brasileiros, especialmente os alimentos, são conhecidos no Catar e há mais espaço para eles no país árabe. Mas os players do mercado local não querem apenas comprar do Brasil e sim estabelecer parcerias de longo prazo que incluam o estabelecimento de bases das empresas em seu país e a importação de produtos do Catar.
Essas foram algumas das mensagens recebidas pelos empresários e executivos brasileiros que participaram de uma missão promovida pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira ao Golfo nesta semana, que incluiu passagem pelos Emirados Árabes Unidos e o Catar. Representantes de nove empresas do Brasil viajaram ao Catar, onde a delegação chegou na quarta-feira (03) e de onde parte neste sábado (07).
“Fomos muito bem recebidos em todas as reuniões”, afirmou a diretora de Novos Negócios da Câmara Árabe, Daniella Leite, que acompanhou a delegação com a consultora de Negócios Internacionais, Karen Mizuta. Leite conta que o Catar quer reciprocidade na relação comercial. “Eles estão abertos e têm mercado, mas querem parcerias de longo prazo, almejam que a empresa tenha alguma base aqui ou compre daqui também”, explica.
A delegação também ouviu dos especialistas no mercado local sobre a reputação dos produtos brasileiros. A mensagem foi transmitida em reunião na agência de marketing Apex, que falou aos brasileiros sobre os hábitos locais de consumo. Eles souberam da conexão massiva à internet, que abrange 100% da população, da forte presença estrangeira local, das redes sociais mais usadas, entre outras informações. “A marca Brasil é muito bem-vista, principalmente em alimentos, e temos um grande potencial aqui”, disse Leite, falando de Doha.
Networking
Os brasileiros tiveram vários espaços de networking com empresários nos dias que passaram no Catar. “Tivemos contato com empresários de diferentes setores”, diz Leite. O grupo visitou uma fábrica de alimentos do Village Group, grupo empresarial com o qual estabeleceu relacionamento a partir da missão. Também vários empresários locais entraram em contato com a Câmara de Comércio e Indústria do Catar interessados em negócios com os brasileiros depois que a visita da delegação à entidade teve destaque na mídia.
Na agenda da missão estiveram visitas e reuniões na Câmara do Catar, na agência de investimentos Invest Qatar, em supermercado do grupo Al Meera, na Autoridade da Zona Franca do Catar (foto de abertura), na fábrica e no supermercado do Village Group, na agência de marketing Apex e em hipermercado do Saudia Group. O Village Group é um grande conglomerado do Catar, com negócios em setores que vão do varejo e alimentos até construção, químicos e logística.
Na Invest Qatar e na Autoridade da Zona Franca do Catar, os empresários ficaram sabendo sobre o funcionamento do mercado, como tributação e incentivos, além das várias possibilidades de formatos para investimentos ou estabelecimento de base no Catar. “Eles querem parceria, mas são flexíveis para os diversos tamanhos e tipos de empresas, sabem que algumas são grandes e podem gerar mais empregos, e isso dá mais incentivos governamentais, mas uma pequena pode começar com um desk no país, o que mostra esse interesse”, afirma.
No supermercado da rede Al Meera o grupo pôde conhecer questões de logística, os produtos que mais saem junto ao consumidor, a presença da concorrência no mercado de alimentos, entre outras características do varejo local. As peculiaridades do consumo também foram exploradas em visita ao supermercado do Saudi Group.
As empresas brasileiras que participaram da programação no Catar foram Cacau Foods do Brasil, Fambras Halal, Ecotrading, Distillerie Stock do Brasil, Indústrias Almina, Zoo Flora, OTC, Intercroma e Falcafé. Da agenda nos Emirados Árabes participaram 11 empresas, incluindo a JCF Embalagens e a Bendita Mandioca, além das citadas acima. A passagem nos Emirados ocorreu no começo da semana.
Leia mais sobre a missão:
