Da Agência Brasil
Brasília – O volume de crédito do sistema financeiro aumentou 2,3% em maio e movimentou R$ 436,1 bilhões. O desempenho foi sustentado pela evolução da carteira de crédito com recursos livres da rede bancária, com ênfase para empréstimos pessoais consignados em folha de pagamento e para os financiamentos referenciados em moeda estrangeira.
A informação é do chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, que divulgou hoje o relatório mensal sobre Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro. O documento mostra que os empréstimos com recursos livres somaram R$ 248,4 bilhões, em maio, com aumento de 3,6% sobre abril – crescimento de 4,3% nas operações com empresas e 2,5% nos empréstimos a pessoas físicas.
Lopes ressaltou que o estoque de créditos do sistema financeiro privado chegou a R$ 262,4 bilhões (60,2% do total), registrando expansão de 2,9% no mês e de 7,9% no ano. As instituições financeiras públicas emprestaram R$ 173,8 bilhões (39,8% do total), com elevação mais modesta no volume de operações, que cresceram 1,5% no mês e 4,2% no acumulado janeiro-maio.
Do estoque total de créditos R$ 418,3 bilhões foram destinados ao setor privado, com expansão em todos as atividades econômicas e destaque para o crédito pessoal no valor de R$ 104,8 bilhões e para a indústria, que tomou R$ 119,6 bilhões. O comércio teve incremento mensal de R$ 47,2 bilhões e os créditos concedidos a outros serviços somaram 74,9 bilhões.
Os empréstimos concedidos ao setor rural somaram R$ 46,8 bilhões, em razão da liberação de recursos dos bancos privados para investimentos, que equivalem a 54,2% das aplicações no setor. As operações para a área habitacional mantiveram-se no mesmo patamar do mês anterior, com evolução de apenas 0,1% – atingiram R$ 25,126 bilhões.
De acordo com o economista do BC, a taxa média de juros das operações de crédito com recursos livres demonstra "queda consistente", e com isso se observa aumento no volume de crédito. A taxa caiu 0,5 ponto percentual em média no mês de maio, situando-se em 44,2% ao ano, em virtude da redução no custo dos empréstimos realizados com pessoas físicas, tendo em vista que a taxa média dos contratos com empresas manteve-se praticamente estável.
A taxa média para pessoas físicas registrou queda de 0,9 ponto percentual, atingindo 62,4%, que ainda é alta, segundo ele, mas é o menor índice da série histórica. O destaque, adiantou, foi a redução de 2,6 pontos percentuais no custo do crédito pessoal, que caiu de 75,3% para 72,7%, e para a redução de 2,3 pontos percentuais na aquisição de bens e máquinas, que era de 62,2% e caiu para 59,9% ao ano.

