Cidade do Kuwait – A 2ª Conferência Internacional de Doação Humanitária para a Síria ocorre nesta quarta-feira (15), na Cidade do Kuwait, mas na terça-feira (14) entidades de ajuda humanitária e governos já anunciavam doações que serão realizadas este ano para atender a população afetada pelo conflito civil no país. Em um evento prévio realizado na capital kuwaitiana, instituições de caridade árabes se comprometeram a repassar US$ 400 milhões para dar assistência aos sírios.
Segundo informações da Kuwait News Agency (Kuna), agência de notícias do governo do Kuwait, os recursos serão destinados aos refugiados no exterior e às pessoas deslocadas dentro do próprio país em função da guerra. O encontro foi promovido pela organização Caridade Islâmica Internacional, sediada no Kuwait.
De acordo com a Kuna, entidades do Kuwait vão doar US$ 142 milhões, a Caridade Islâmica Britânica se comprometeu com mais US$ 80 milhões, o Crescente Vermelho dos Emirados Árabes Unidos anunciou mais US$ 35 milhões e a Fundação Thani, do Catar, ofereceu US$ 15 milhões.
Ainda segundo a Kuna, a Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia, divulgou também nesta terça-feira que pretende doar mais 165 milhões de euros para atender necessidades básicas, garantir educação às crianças e apoiar os países vizinhos que recebem refugiados sírios.
A Comissária da EU para Cooperação Internacional, Kristalina Gerogieva, disse que vai “encorajar doações adicionais da comunida internacional”. Segundo ela, a UE já destinou 2 bilhões de euros para ajuda humanitária aos sírios até agora. O comissário responsável pela Política de Vizinhança da EU, Setefan Fule, acrescentou que o bloco conseguiu incentivar a doação de 400 milhões de euros somente no verão passado, ou seja, em meados de 2013. O conflito na Síria dura quase três anos.
Mais quantias foram anunciadas por outras nações. O Bahrein, por exemplo, se comprometeu com US$ 20 milhões, a Finlândia com 7 milhões de euros e a Indonésia com US$ 500 mil. As informações são de sites de notícias destes países.
No ano passado, o Brasil destinou US$ 500 mil ao socorro aos sírios, e uma nova quantia deverá ser doada em 2014. “O Brasil acha importante dar este apoio humanitário, mas é preciso acabar com a guerra”, observou o encarregado de negócios da embaixada brasileira no Kuwait, João Tabajara Júnior.
No dia 22 haverá uma nova conferência de paz na Síria, em Montreux, na Suíça, onde se espera que representantes do regime do presidente Bashar Al Assad e dos opositores se encontrem frente a frente.
Pólio
A Organização das Nações Unidas (ONU), que realiza a conferência desta quarta-feira em conjunto com o governo do Kuwait, informa que serão necessários US$ 6,5 bilhões este ano para manter a ajuda humanitária aos sírios afetados pelo conflito.
Diversas agências das Nações Unidas envolvidas neste trabalho estão divulgando suas necessidades para este ano. A Organização Internacional para as Migrações (OIM) pede US$ 150 milhões, a Organização Mundial da Saúde (OMS) mais US$ 178 milhões e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) outros US$ 835 milhões.
O inverno rigoroso na Síria e as doenças são algumas das maiores preocupações. De acordo com representantes do Unicef que estão no Kuwait, desde outubro do ano passado ocorreram 17 casos de poliomielite na Síria, local onde não havia ocorrências da doença desde a década de 1990. Uma campanha de vacinação foi iniciada na semana passada para tentar imunizar todas as crianças com menos de cinco anos.
Ao todo, 15 agências da ONU atuam na Síria, com apoio de 18 ONGs internacionais parceiras. São estas as entidades que precisam de recursos. Uma delas é o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), que aceita doações pelos sites www.acnur.org (português) e www.unhcr.org (inglês).
O jornalista viajou a convite do governo do Kuwait


