São Paulo – A Escola Estadual Prof. Dimas Mozart e Silva, de Taquarituba, interior de São Paulo, é finalista do Prêmio Zayed de Energia do Futuro, na categoria Escolas Secundárias Globais. A premiação é promovida pelo governo dos Emirados Árabes Unidos e irá oferecer até US$ 100 mil para a implementação de projetos de sustentabilidades nas escolas ganhadoras.
A categoria de escolas secundárias do Prêmio Zayed premia uma unidade de cada continente (Américas, Europa, África, Ásia e Oceania). Entre as escolas das Américas, além da brasileira, concorrem ainda projetos de escolas da Bolívia e do México. A escola vencedora será conhecida em janeiro de 2017.
A professora de Ciências e Biologia Viviane Cristina Silva Ramos foi a responsável por desenvolver o projeto da escola paulista. Ela conta que reuniu sugestões de diversos alunos para formar o projeto que seria enviado ao concurso. “Os alunos pesquisaram, deram ideias, gravaram vídeos. Fui juntando as ideias sobre o que eles sonhavam em mudar na escola, sobre o que poderia ser mudado para tornar a escola mais sustentável”, explica.
O projeto de oito páginas foi escrito por ela e traduzido para o inglês pelo consulado dos Emirados Árabes em São Paulo. Entre os planos dos alunos para tornar a escola mais sustentável estão a construção de balcões térmicos nos refeitórios, para que os estudantes sirvam sua própria merenda, a construção de uma cisterna de captação de água da chuva e de uma composteira para horta orgânica, a pintura de paredes com tinta ecológica, a substituição do uso de lâmpadas incandescentes por lâmpadas de LED, a instalação de placas solares para a geração de energia, a troca de torneiras e descargas por modelos que economizem água e a colocação de telhas transparentes para a utilização de iluminação natural.
Segundo Ramos, desde 2013 a escola do interior paulista promove algumas ações de sustentabilidade. “Temos uma horta simples e tentamos conscientizar os alunos sobre coleta seletiva e economia de energia, para que eles levem essas ideias para casa”, diz a professora.
Como forma de espalhar o conceito de sustentabilidade entre os moradores de Taquarituba, o projeto dos alunos da Dimas Mozart e Silva inclui também a transformação de uma sala ociosa da escola em um espaço para atividades sobre o tema. “A ideia é criar uma sala para fazer oficinas sustentáveis e jogos criativos, trazendo palestras e envolvendo a comunidade”, destaca Ramos.
Hoje, a escola ensina 426 alunos de 11 a 17 anos, dos ensinos fundamental e médio. De acordo com Ramos, se ganhar o prêmio, os projetos serão implementados pelos alunos do ensino médio.
Em janeiro, a professora viaja para Abu Dhabi para a cerimônia que irá anunciar os vencedores do Prêmio Zayed. Ela irá acompanhada dos alunos Letícia Castro e Vinícius Ferrari, ambos do segundo ano do ensino médio. Segundo a professora, eles foram escolhidos para a viagem por terem tido um papel bastante ativo no desenvolvimento do projeto finalista. “É um projeto bem amplo, para mudar bastante coisa na escola. Estamos bem confiantes”, apontou.
O prêmio
O Prêmio Zayed de Energia do Futuro foi criado em 2008 e distribui anualmente US$ 4 milhões em premiações a projetos que promovam o uso de energia renovável e de ações sustentáveis.
Cinco categorias são premiadas: grandes corporações; pequenas e médias empresas; organizações não lucrativas; conjunto da obra e escolas secundárias globais.
Segundo Ana Paula Fava, chefe da Assessoria Especial para Assuntos Internacionais do Estado de São Paulo, nos últimos dois anos a organização do prêmio tem realizado um trabalho de promoção para que o estado participe do evento.
“Nos últimos dois anos, a Assessoria Especial para Assuntos Internacionais tem recebido visitas frequentes dos promotores do evento, como a diretora Nawal Al-Hosany, para que o estado de São Paulo tivesse uma presença efetiva no prêmio. Alguns encontros com as secretarias estaduais da Educação e da Energia foram fundamentais para que as escolas se envolvessem e pudéssemos ter este resultado tão importante para os alunos. Esta é a primeira vez que uma escola brasileira é finalista do prêmio. E o objetivo é que este seja apenas o primeiro de muitos outros Zayed que a rede estadual de ensino paulista pretende conquistar”, afirmou Fava, por e-mail, à reportagem da ANBA.