São Paulo – O Esporte Clube Sírio inaugurou neste domingo (6) o marco de comemoração dos seus cem anos: uma rocha de 8,4 toneladas (foto) vinda da região de Palmira, na Síria, país berço dos antepassados dos que formam a agremiação. O Esporte Clube Sírio fica na capital paulista e foi fundado em 1917 por jovens imigrantes como espaço de convívio, lazer e esporte, e de preservação das suas origens culturais árabes.
A rocha foi extraída da mesma jazida de onde saíram as pedras da cidade histórica de Palmira e foi um presente do governo sírio. No Esporte Clube Sírio ela foi colocada em área aberta, em um ambiente cercado por árvores, e local de passagem dos que fazem atividades esportivas e de lazer no clube. A inauguração foi acompanhada por associados do clube, lideranças da agremiação e de outras entidades.
Aos presentes, o presidente do Comitê do Centenário da instituição, Roberto Cabariti, contou a história do marco. De acordo com ele, o processo começou há quase dois anos com a ideia de ter como símbolo do centenário algo real e original da Síria. Em 2016, durante uma missão de solidariedade da Federação de Entidades Americano-Árabes (Fearab) América à Síria, os associados do Esporte Clube Sírio, Fuad Achcar Jr. e Rezkalla Tuma (já falecido), que eram parte da delegação, fizeram o pedido ao governo sírio, e foram prontamente atendidos.
O Esporte Clube Sírio passou a contar com o apoio do consulado geral da Síria em São Paulo para trazer a pedra. A rocha saiu da Síria em setembro de 2017, chegou em Santos no mês de outubro e em novembro desembarcou no seu destino. No ano de 2017 foi quando o Esporte Clube Sírio completou cem anos. “Ela está aqui ao alcance das nossas mãos, com sua força simbólica”, disse Cabariti, sobre a pedra.
O cônsul geral da Síria em São Paulo, Sami Salameh, participou da inauguração e disse que a rocha significa o “bem querer” da terceira e quarta gerações sírias no Brasil em relação aos seus antepassados. “É um pedaço do país de todos nós”, falou ele.
O presidente do Esporte Clube Sírio, Fabio Kadi, disse aos presentes que a chegada da pedra o fez lembrar dos imigrantes de 1917, que fundaram a instituição. “Tenho certeza que eles sabiam que hoje estaríamos aqui comemorando o sonho deles”, disse.
Kadi afirmou que o Esporte Clube Sírio, assim como Damasco, viveu seus momentos de tristeza e de glória. “Que essa pedra, que esse monólito nos sirva de reflexão para os tempos de dificuldade, para os tempos de alegria, para que nós possamos continuar irradiando aquilo que é dominante no nosso povo, que é a perseverança, o amor no coração e a vontade de viver”, afirmou ele.
O presidente Kadi também citou o trabalho do assessor da Comissão do Centenário do Esporte Clube Sírio e coordenador do evento, Arpad Molnar, pela inauguração do marco. O presidente do Conselho Superior de Administração do Esporte Clube Sírio, Marcelo Audi Cateb, também falou aos presentes e ressaltou o trabalho das lideranças atuais e antigas do clube e das diversas entidades ligadas à colônia que são paceiras do clube.
A pedra, que estava coberta por um pano vermelho, foi descerrada por lideranças do Esporte Clube Sírio, sob o aplauso dos presentes. A comemoração foi aberta com a apresentação da Banda do 4º Batalhão de Infantaria Leve, que tocou o Hino Nacional Brasileiro, o Hino Nacional da Síria e o Hino do Esporte Clube Sírio. Após a cerimônia houve um coquetel.
A Câmara de Comércio Árabe Brasileira se fez presente por meio de algumas das suas lideranças, entre elas o vice-presidente de Relações Internacionais, Osmar Chohfi, que representou a presidência, a diretora cultural Sílvia Antibas, o tesoureiro Nahid Chicani, o vice-presidente de Comércio Exterior, Ruy Carlos Cury, o ex-presidente Salim Schahin, e o diretor Mário Rizkallah, que já foi presidente do Esporte Clube Sírio.
“Para nós diretores da Câmara Árabe que estivemos presentes (na inauguração do marco) teve um significado muito especial porque a Câmara faz parte desse conjunto de entidades que traduz o êxito resultante do esforço que nós brasileiros de origem síria empreendemos para marcar a nossa presença no Brasil”, disse Chohfi para a ANBA após o evento.
De acordo com Chohfi, a rocha vinda da Síria tem um significado muito especial. “Não só para o Esporte Clube Sírio demonstrar a permanência no tempo daquele esforço pioneiro dos primeiros imigrantes de marcar sua presença no Brasil, mas também para toda a coletividade brasileira de origem síria. É um pedaço do país de origem dos nossos pais e avôs que agora podemos contemplar nesse espaço tão bonito, neste jardim do Esporte Clube Sírio”, disse Chohfi.
Acompanhe parte do discurso do presidente do Esporte Clube Sírio na inauguração do marco de cem anos da agremiação:
Acompanhe banda tocando Hino Nacional da Síria: