São Paulo – A estatal tunisiana Companhia de Fosfatos de Gafsa (CPG, na sigla em francês) planeja elevar as vendas de fosfato em 55% neste ano para 4,5 milhões de toneladas, segundo informações publicadas na agência Tunis Afrique Presse (TAP). O país quer aumentar as exportações do produto para impulsionar a entrada de receitas no país e o crescimento econômico.
Desde a revolução de 2011, que derrubou o ditador Ben Ali, o país vem trabalhando para retomar a estabilidade. Já foram feitos vários progressos, mas ainda há desafios econômicos. Segundo informações publicadas na Zawya, as exportações do fosfato foram afetadas por longos protestos na principal região produtora de Gafsa, na qual jovens desempregados bloquearam o transporte do produto na exigência da criação de vagas. Segundo as autoridades locais, a produção menor fez com que o país perdesse US$ 1 bilhão em receitas por ano.
Notícias publicadas por sites locais no começo do mês mostram que a produção de fosfato da Companhia de Fosfatos de Gafsa atingiu 1,26 milhões de toneladas nos primeiros quatro meses deste ano, volume 62% superior às 788 mil toneladas produzidas pela empresa dos mesmos meses do ano anterior. A quantidade, porém, está abaixo da meta, que é de 1,7 milhão de toneladas. No ano de 2010, antes da revolução, a empresa produziu 8,1 milhões de toneladas de fosfatos.
A Tunísia já foi fornecedora de fertilizantes do Brasil, mas não houveram embarques no ano passado e nem nos quatro primeiros meses deste ano, segundo dados do Ministério da Economia, compilados pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira. Os últimas compras brasileiras de fertilizantes tunisianos registradas são de 2017, no valor de US$ 7,1 milhões. Em 2010 eram de US$ 72,6 milhões.