São Paulo – Entidades internacionais fizeram uma avaliação otimista sobre aspectos econômicos, sociais e político-institucionais do Brasil. Isso foi o que o novo indicador qualitativo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou na pesquisa Monitor da Percepção Internacional do Brasil, divulgada hoje (19), em São Paulo.
No total, 170 entidades participaram da avaliação. Entre as que responderam, 29% disseram acreditar num crescimento econômico superior a 6% nos próximos 12 meses, enquanto outros 59% apostam em uma alta do Produto Interno Bruto (PIB) do país entre 3,6% e 6%.
A avaliação, que será feita trimestralmente, inclui 15 perguntas que feitas a embaixadas, consulados, câmaras de comércio, organizações internacionais e empresas com controle estrangeiro.
A pesquisa tem três indicadores temáticos que variam numa escala de -100 (muito pessimista) a +100 (muito otimista). Para os três temas avaliados em julho, os resultados indicaram uma avaliação moderadamente otimista ou favorável sobre o Brasil. A primeira avaliação foi realizada em janeiro, o que permitiu uma comparação com as percepções do mês passado.
Segundo o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, esse novo indicador vai avaliar o posicionamento de atores relevantes que trabalham com a perspectiva internacional. O fato de o Brasil ter uma economia que vem se abrindo ao comércio internacional contribuiu para que o Ipea desenvolvesse a avaliação.
Na área econômica, além do PIB, os agentes internacionais foram questionados sobre a taxa inflacionária; as condições gerais de crédito, em termos de volume ofertado, prazos e taxas de juros; os níveis de acesso da população a bens de consumo; posição do Brasil no ranking de investimentos estrangeiros nos próximos 12 meses; e qualidade da infraestrutura de transportes, comunicação e energia.
De acordo com o técnico de planejamento e pesquisa do Ipea, André Pineli, o Brasil é um destino interessante para investimentos estrangeiros, o que mostra que é preciso ter indicadores reais da economia interna e aspectos sociais e políticos que permitam medir se o país é ou não atrativo para empresas estrangeiras.
No tema político-institucional, a pesquisa mostrou a percepção de um aumento da influência do Brasil na América Latina, assim como em instituições multilaterais, como a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Já na seara social, a percepção dos agentes internacionais indicou uma tendência de redução moderada da pobreza e da desigualdade de renda. O aspecto negativo ficou com a percepção do aumento do nível de violência no país.
Os questionários foram preenchidos pela internet com segurança de sigilo das respostas, de maneira que nem o Ipea saberia identificar o autor de cada questionário. O próximo será realizado em outubro.