Marina Sarruf
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São Paulo – As ações de promoção de imagem do etanol brasileiro no exterior devem chegar nos países árabes do Norte da África até o final do próximo ano. Segundo o diretor-executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Eduardo Leão de Souza, uma das metas do convênio assinado ontem (25) com a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) é a montagem de escritórios de representações que deverão ajudar na promoção da commodity no exterior, inclusive no mercado árabe.
Primeiramente, os escritórios serão abertos em Washington, nos Estados Unidos; Bruxelas, na Bélgica, e na Ásia, cujo país ainda não foi definido. “O que é importante mencionar é que os escritórios estão localizados nessas cidades, mas vão atuar em outros países. Na Europa, por exemplo, além da União Européia, ele vai atuar também no continente africano”, disse Souza. E é no Norte da África que se encontram países árabes que já demonstraram interesse no etanol brasileiro, como Marrocos e Sudão.
De acordo com Souza, a idéia é que a partir da abertura dos escritórios a Unica e a Apex-Brasil possam ver a avaliar as oportunidades de negócios em cada mercado. “Para o etanol se tornar uma commodity global, ele precisa ter uma produção espalhada pelo mundo e mercados consumidores”, afirmou o diretor, que lembrou ainda que o continente africano tem um bom potencial para o plantio de cana-de-açúcar. “Estamos atentos para todas as oportunidades em todos os mercados”, acrescentou.
O convênio assinado entre as duas entidades prevê investimentos de R$ 16,5 milhões até o final de 2009 e inclui diversas ações para capacitar a oferta de etanol brasileiro, como realizar estudos de inteligência comercial e fazer ações de promoção de imagem e de promoção comercial. No início de março, o projeto estará presente na Conferência Internacional de Energia Renovável em Washington e no Congresso Mundial de Bioenergia em Bruxelas. Nos dois eventos, representantes da Unica vão promover o etanol brasileiro em apresentações nas conferências e nos etandes do projeto montados nos pavilhões de exposições.
Outra ação será trazer jornalistas estrangeiros para o Brasil. “Eles precisam conhecer melhor o país, pois a maioria das críticas que sai sobre o etanol brasileiro é infundável”, disse Souza. Segundo ele, o etanol brasileiro produzido com cana-de-açúcar se destaca como a alternativa mais viável, pois traz vantagens frente ao milho, beterraba e outras matérias primas. Atualmente, o Brasil produz um terço do etanol mundial.
Além de fortalecer a imagem do etanol brasileiro no exterior, as ações do projeto vão beneficiar diretamente as 107 empresas associadas à Unica e 243 unidades processadoras do setor sucroalcooleiro localizadas em todo o país. Além disso, o projeto vai favorecer também a cadeia produtiva do etanol de cana-de-açúcar, que inclui pesquisa em biotecnologia para novas variedades de cana, os fornecedores de insumos e equipamentos, produtores de cana, tradings, indústrias e prestadores de serviços. “Nossa prioridade é ter oportunidades de comerciar melhor o etanol”, afirmou Souza.