Silwan Abbassi*
Brasília – Os países da União Européia (UE) e do Mediterrâneo vão criar uma rede euro-mediterrânea de especialistas em finanças públicas para a troca de experiências e implementação das melhores práticas em política fiscal. A decisão foi tomada no dia 15 de setembro, durante uma reunião dos ministros da Economia das duas regiões, em Porto, Portugal.
O objetivo do encontro foi debater meios para alcançar um maior crescimento sustentável e geração de empregos no Mediterrâneo. Apesar de ainda haver grandes obstáculos à realização desses objetivos, principalmente as altas taxas de desemprego, a maioria dos países do Mediterrâneo vem registrando mudanças graduais, porém visíveis.
De acordo com o jornal árabe Al Ahram, o ministro da Economia do Egito, Youssef Boutros Ghali, afirmou que, firmado o acordo de cooperação com a UE, a próxima etapa será dar continuidade às reformas econômicas e estruturais. Nos últimos anos, o desempenho econômico dos países do Mediterrâneo vem melhorando, principalmente em conseqüência das reformas implementadas. Em algumas áreas, como abertura de mercado, alguns países da região estão avançando mais rapidamente do que o resto do mundo em redução de tarifas.
Com relação às condições para a realização de negócios, a região também está avançando em um ritmo mais veloz que o resto do mundo em áreas fundamentais para a melhoria do ambiente de investimentos, como fiscalização de contratos e abertura de empresas.
Os países do Mediterrâneo privilegiam a criação de instituições financeiras capazes de enfrentar os desafios criados pela liberalização dos mercados de capital. De acordo com a presidência da UE, os parceiros mediterrânicos definiram como prioritários os seguintes setores: redução do déficit orçamentário e das dívidas públicas; melhoria do ambiente de negócios, em particular a independência e eficiência dos tribunais em fazer cumprir os contratos; incentivo ao comércio intra-regional, investimento e integração econômica, por meio da criação de infra-estrutura e convergência legislativa e modernização da governança corporativa, com uma maior transparência do setor público e combate à corrupção.
*Tradução de Gabriel Pomerancblum

