Argel – O órgão responsável pelas eleições na Argélia anunciou nesta sexta-feira (13) que o ex-primeiro-ministro Abdelmadjid Tebboune foi o vencedor da eleição presidencial ocorrida na quinta-feira (12), com 58% dos votos. Os resultados são preliminares, segundo informações do jornal saudita Arab News.
A entidade eleitoral disse que o índice de comparecimento de eleitores ao pleito foi de 40%, ou cerca de 9 milhões de pessoas. A eleição ocorreu em meio a protestos contra sua realização. Os manifestantes alegam que todos os candidatos fazem parte da elite governante tradicional e querem uma nova geração à frente do poder.
Um levante popular levou à renúncia em abril do presidente Abdelaziz Bouteflika, que estava havia 20 anos no poder. Tebboune foi primeiro-ministro sob Bouteflika. Todos os cinco candidatos que participaram já ocuparam cargos no governo ou na direção do partido governante.
Tebboune concorreu como candidato independente. Segundo informações da agência de notícias argelina oficial APS, ele nasceu em 17 de novembro de 1945, em Mechria, na província de Naâma, mais de 600 quilômetros a sudoeste de Argel.
O político é formado pela Escola Nacional de Administração, com especialização em economia e finanças, e antes de se tornar primeiro-ministro, em maio de 2017, ocupou os ministérios da Cultura, das Comunidades Locais, da Habitação e Urbanismo, e interinamente o Ministério do Comércio. Antes, Tebboune ocupou cargos em diferentes administrações provinciais.
Durante a campanha, ele prometeu implementar uma nova política de desenvolvimento calcada num “novo modelo econômico baseado na diversificação do crescimento e na economia do conhecimento”, de acordo com a APS. As receitas do estado na Argélia vêm quase que exclusivamente do setor de petróleo e gás.
Em declaração já como presidente eleito, Tebboune disse que a eleição representa uma “oportunidade para a instauração de uma nova República, onde os jovens serão os pilares”, segundo a APS. Ele prometeu ainda “livrar esta nova República dos corruptos e da corrupção”.