Dubai – A tecnologia está no centro de um dos espaços de conteúdo da Gulfood. O ‘Foodverse’ mostra criações que conectam ferramentas online, como o metaverso, a serviços em torno de alimentação. Visitantes podem, por exemplo, usar os óculos de realidade aumentada da Akshaya.io. e emergir no atendimento de um chef do restaurante que poderia ser do outro lado do mundo. “Com os óculos, é possível ter uma experiência de ver o prato pronto, e ouvir do próprio chef toda história do alimento”, explicou à ANBA o fundador da empresa, Ganesh Raju.
A tecnologia é testada por executivos durante a feira, que é a maior do Oriente Médio no setor de alimentos e bebidas. O objetivo é transformar as possibilidades no setor de hospitalidade, unindo experiência virtual e histórias reais.
Também na feira, outra palestra destaca as tendências dessa mesma área em países da África. “O consumidor africano está sedento por tecnologia”, diz Richard Lawrence, diretor da Innovatr. Ele é especialista em Inovação em Bens de Consumo na empresa que tem escritórios na África do Sul, Dubai e Londres.
Entre os hábitos que estão em alta, Lawrence destaca fatores que impactam a escolha dos consumidores. São essas ‘necessidades’ pessoais que o uso de tecnologia vem solucionar. O especialista cita por exemplo, a solução do ‘cashless economy’, ou seja, a economia sem dinheiro. Nesse modelo se encaixam serviços de compra via aplicativo e pagamentos facilitados via online, onde o consumidor não precisa carregar dinheiro ou mesmo cartão de crédito e, por isso, se sente mais seguro.
Lawrence também cita o exemplo do Jumia Food, companhia de entrega de alimentos e produtos em geral que opera em países como o Marrocos e Tunísia. A empresa oferece entrega grátis às segundas-feiras e tem uma opção de delivery sem contato com o entregador. O serviço atenderia um aumento da necessidade por cada vez mais conveniência, segundo o especialista.
Experiência criada
Uma outra estratégia citada por ele é a do chamado ‘omnichannel’. Nesse modelo, um túnel é criado com diversos pontos de contato que os clientes podem acessar física e digitalmente enquanto percorrem. Nesse caminho, à medida que os clientes se movem, os aplicativos e os dados se movem com eles, tornando a compra uma experiência tecnológica.
A procura dos consumidores por novas experiências também é apontada em compras que se convertem praticamente em oficinas. É o caso do uCook, restaurante da África do Sul que ofereceu um pacote onde casais receberam um kit de Dia dos Namorados para cozinhar juntos uma receita ensinada pelo estabelecimento. É o que o palestrante chama de micro experiências, que podem ser criadas em diferentes nichos e vem sendo cada vez mais visadas pelos consumidores.