São Paulo – As exportações do Brasil aos países árabes somaram US$ 1,2 bilhão em janeiro, um aumento de 18% sobre o mesmo mês do ano passado. Foi o maior resultado para janeiro nos últimos dez anos, segundo dados divulgados pelo Departamento de Inteligência de Mercado da Câmara de Comércio Árabe Brasileira.
Em volumes, as vendas para a região aumentaram 9% na mesma comparação, chegando a 4,3 milhões de toneladas. O bloco respondeu por 6,4% do total exportado pelo Brasil no primeiro mês de 2019.
Diante do desempenho de janeiro, os analistas da Câmara Árabe estão otimistas com as perspectivas para os próximos meses. “De acordo com a análise da sazonalidade das exportações ao longo dos últimos dez anos, podemos esperar exportações ainda maiores ao longo do correr do ano, com valores exportados cada vez maiores com o passar dos meses”, diz relatório do Departamento de Inteligência de Mercado. Isso porque janeiro costuma ser um mês mais fraco para as exportações, mas o resultado deste ano foi bastante superior à média dos últimos dez.
A expectativa é de um aumento da demanda por produtos brasileiros em especial nos países do Golfo, levando-se em consideração fatores como o crescimento demográfico, o aumento do turismo e o avanço do PIB per capita.
Os principais destinos dos produtos brasileiros na região foram os Emirados Árabes Unidos, com US$ 344,5 milhões, Arábia Saudita, com US$ 157,2 milhões, Egito, com US$ 146,6 milhões, Marrocos, com US$ 98,3 milhões, e Omã, com US$ 97,8 milhões. Os mercados que mais cresceram sobre janeiro de 2018 foram a Líbia, com avanço de 829%, Iraque, com 187%, e Emirados, com 146%.
Os itens mais vendidos ao mundo árabe em janeiro foram carne de frango, com US$ 174 milhões, milho (US$ 164 milhões) e açúcar (US$ 154 milhões). Houve ainda a venda de aviões no valor de US$ 138 milhões aos Emirados, e participação expressiva de minério de ferro na pauta.
Importações
Na outra mão, as importações brasileiras de produtos árabes somaram US$ 597 milhões, um recuo de 2,4% sobre janeiro de 2018. Em volume, houve uma queda de 5% na mesma comparação, para 1,4 milhão de toneladas.
Os principais fornecedores foram Argélia, Arábia Saudita e Kuwait, que responderam por 71,3% do total. Houve, no entanto, aumentos significativos nas importações de itens dos Emirados (197%) e Omã (183%).
Os principais produtos comercializados foram combustíveis minerais e fertilizante, mas ocorreu uma queda no primeiro grupo e um forte crescimento no segundo “atrelado ao avanço da produção agropecuária [brasileira] esperado para o ano de 2019”.